Em novo livro, papa revela que fez análise por 6 meses nos anos 1970
"Um dia, quando ela estava prestes a morrer, ela me ligou. Não para receber os sacramentos, já que era judia, mas para um diálogo espiritual", afirmou
© Reuters (Foto de arquivo - Jorge Mario Bergoglio antes de se tornar Papa)
Mundo Publicação
O papa Francisco fez sessões semanais de análise durante seis meses durante os anos 1970. A informação está num novo livro sobre o pontífice, que teve trecho publicado nesta sexta-feira (1) pelo jornal francês "Le Figaro".
O papa não revelou o porquê começou as sessões e a identidade de sua psicanalista. Apenas disse que ela era mulher e judia.
"Por seis meses fui a ela uma vez por semana para jogar luz em algumas coisas", diz o papa no trecho divulgado do livro. A obra reúne entrevistas do religioso ao sociólogo francês Dominique Wolton."Ela era muito boa, muito profissional...mas sempre se manteve em seu lugar", disse o pontífice.
As sessões aconteceram quando o papa tinha 42 anos -ele tem 80. Nesse período, ele atuava em Buenos Aires durante a ditadura argentina.
O papa disse ter mantido contato com a psicanalista. "Um dia, quando ela estava prestes a morrer, ela me ligou. Não para receber os sacramentos, já que era judia, mas para um diálogo espiritual", afirmou.
Na conversa, o papa comentou ainda a influência que diferentes mulheres tiveram na sua vida. "Aquelas que conheci me ajudaram muito quando eu precisei me aconselhar."
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No trecho divulgado, Francisco defendeu uma igreja mais aberta e voltou a criticar representantes da linha-dura da Igreja, em especial "padres rígidos, que têm medo de se comunicar."
"É um tipo de fundamentalismo. Quando encontro alguém rígido, em especial se ele é jovem, eu digo para mim mesmo que ele está doente. Na verdade, estão procurando por segurança", disse o pontífice. (Folhapress)