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ONG de direitos humanos critica ação das forças espanholas na Catalunha

Segundo autoridades da região, quase 900 pessoas ficaram feridas

ONG de direitos humanos critica ação das forças espanholas na Catalunha
Notícias ao Minuto Brasil

08:08 - 13/10/17 por Folhapress

Mundo Repúdio

A organização Human Rights Watch acusou nesta quinta-feira (12) o governo da Espanha de usar força excessiva para impedir o plebiscito sobre a independência da Catalunha, no dia 1º. Segundo as autoridades da região, a ação da forças nacionais deixou quase 900 feridos.

A investigação da entidade humanitária incluiu relatos de testemunhas e análise de vídeos, fotos e prontuários médicos em Girona, Aiguaviva e Fonollosa - os fatos na capital Barcelona não foram mencionados no estudo.

A acusação é direcionada a duas forças de segurança do governo central: a Polícia Nacional e a Guarda Civil. Os Mossos d'Esquadra, a polícia catalã, não foram citados.

+ Governo catalão terá até 2ª para confirmar se declarou independência

"A polícia pode até ter tido a lei a seu lado, para cumprir ordens judiciais, mas isso não lhe dava o direito de usar a violência contra manifestantes pacíficos", afirmou Kartik Raj, investigador da ONG.

Ele se refere à decisão do Tribunal Constitucional que considerou ilegal a votação. Madri tampouco reconhece o resultado, em que 90% dos votantes optaram pelo "sim", apesar de só 43% do eleitorado ter participado.

O relatório da Human Rights Watch foi apresentado no dia em que os espanhóis celebram sua festa nacional -mesma data em que em 1492 a América foi descoberta por Cristóvão Colombo.

O desfile militar que marca o feriado teve a participação do rei Felipe 6º, do premiê espanhol, Mariano Rajoy, e de líderes políticos das regiões. A principal ausência no evento foi a do presidente catalão, Carles Puigdemont.

Na terça (10), Puigdemont declarou a independência da Catalunha, mas pediu que a proclamação fosse suspensa durante o diálogo com Madri. A manobra confundiu o país por não deixar claro se os catalães estavam se separando.

Nesse sentido, o premiê Rajoy pediu formalmente que Puigdemont esclareça se houve de fato uma secessão. O prazo para a resposta é a próxima segunda-feira (16).

Se o presidente catalão confirmar a separação, ele terá até quinta (19) para voltar atrás. Caso a declaração seja mantida, Madri planeja ativar o Artigo 155 da Constituição, que prevê a suspensão da autonomia regional.

Para isso, Rajoy precisa da aprovação de dois terços do Senado, o que já tem. Mas, em pacto com o PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), concordou em discutir a reforma constitucional, reivindicação de regiões separatistas, como a Catalunha. Com informações da Folhapress.

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