Madri testa hoje se controla efetivamente a Catalunha
Numa declaração oficial transmitida nas TV´s espanholas, Puigdemont indicou, no sábado (28), que não aceitava o seu afastamento e pediu aos catalães para fazerem uma "oposição democrática"
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Mundo Espanha
Os olhares vão estar centrados na sede da Generalitat (Governo regional) para ver se o líder separatista demitido, Carles Puigdemont, irá se apresentar no seu gabinete, nesta segunda-feira (30). Isso tudo depois de, no último sábado (28), ter desafiado Madri, antes de ter desaparecido.
Numa declaração oficial gravada previamente e transmitida nas televisões espanholas, Puigdemont indicou a meio do dia de sábado que não aceitava o seu afastamento e pediu aos catalães para fazerem uma "oposição democrática".
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A vice-presidente do Governo de Madrid, Soraya Sáenz de Santamaría, sob ordens do primeiro-ministro, Mariano Rajoy, vai assim verificar se encontra obstáculos à intervenção de Madri autorizada pelo Senado e que vai implicar a substituição de cerca de 150 cargos nomeados diretamente ou através de confiança política.
A ministra da Saúde espanhola, a catalã Dolors Montserrat, que no domingo esteve numa grande manifestação, em Barcelona, pela unidade de Espanha, se mostrou convencida de que os funcionários da Generalitat (Governo regional) ficarão "do lado da lei".
No entanto, alguns responsáveis regionais, como o ministro do Território exonerado, Josep Tull, anunciaram, através das redes sociais, que iriam se apresentar nos seus gabinetes já como "ministros" da nova "República da Catalunha".
Por outro lado, o Ministério Público espanhol deverá hoje (30), apresentar as queixas que tem vindo a preparar, por rebelião, contra os autores da declaração de independência aprovada na sexta-feira no parlamento regional.
Últimas movimentações
O parlamento regional da Catalunha aprovou, na sexta-feira, a independência da região, numa votação sem a presença da oposição, que abandonou a assembleia regional e deixou bandeiras espanholas nos lugares que ocupavam.
Ao mesmo tempo, em Madri, o Senado espanhol deu autorização ao Governo para aplicar o artigo 155º. da Constituição para restituir a legalidade na região autônoma.
O executivo de Mariano Rajoy, do Partido Popular (de direita), apoiado pelo maior partido da oposição, os socialistas do PSOE, anunciou ao fim do dia a dissolução do parlamento regional, a realização de eleições em 21 de dezembro e a destituição de todo o Governo catalão, entre outras medidas. Com informações da Agência Lusa.