Um dia após atentado, Trump quer revogar loteria de 'green cards'
Foi assim que o uzbeque Sayfullo Saipov, acusado pelo ataque, ganhou a residência permanente no país em 2010
© Kevin Lamarque/Reuters
Mundo Imigração
Um dia depois de um atentado matar oito pessoas em Nova York, o presidente dos EUA, Donald Trump anunciou nesta quarta (1) a intenção de revogar a "loteria de green cards" que permitiu a entrada do acusado pelo ataque. "Não queremos loterias, queremos um sistema baseado em mérito. É uma piada o que temos agora", disse o presidente em discurso.
O programa, chamado oficialmente de Loteria de Vistos da Diversidade, começou em 1995 (governo de Bill Clinton) e sorteia anualmente estrangeiros para receberem autorização de residência, o green card. Foi assim que o uzbeque Sayfullo Saipov, acusado pelo ataque, ganhou a residência permanente no país em 2010.
Para se habilitar, o imigrante precisa ter ensino médio completo e passar por triagem de segurança. O sorteio é feito pelo Departamento de Estado, com um programa de computador. São 55 mil vistos por ano.
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A medida, aprovada com o apoio de democratas e republicanos, visa ampliar a diversidade da população dos EUA por meio da regularização de imigrantes de países com baixa taxa de imigração. Brasileiros não participam do sorteio desde 2007, quando atingiram a marca de 50 mil imigrantes oficialmente no país.
GUANTÁNAMO
O presidente defendeu o endurecimento das restrições a estrangeiros nas fronteiras e disse avaliar enviar Saipov a Guantánamo. A prisão na base militar americana em Cuba não recebe novos detentos desde que Barack Obama anunciou que a fecharia, em 2009 –o que não ocorreu, embora o número de presos tenha caído de centenas para 41.
Eles pairam em um limbo legal sob o status de "combatentes inimigos", que não lhes permite nem receber as proteções a prisioneiros de guerra garantidas pelas Convenções de Genebra nem garantias mínimas previstas pela Justiça dos EUA. A porta-voz da Casa Branca Sarah Sanders disse que Trump "não necessariamente" quer enviar Saipov a Guantánamo, mas apoiaria a ideia se fosse considerada. Com informações da Folhapress.