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Visita de Trump ao Japão aumenta temor com Coreia do Norte

Visita de Trump ao Japão aumenta temor com Coreia do Norte

Visita de Trump ao Japão aumenta temor com Coreia do Norte
Notícias ao Minuto Brasil

05:30 - 04/11/17 por MARIANA HAUBERT, da Folhapress

Mundo EUA

A visita que o presidente dos EUA, Donald Trump, fará ao Japão a partir deste domingo (5) tem elevado a preocupação dos japoneses em relação às ameaças da Coreia do Norte sobre o uso de armas nucleares. Para eles, a presença do americano na Ásia pode estimular uma reação do ditador Kim Jong-un.

"A tensão está em um nível que nunca vi. Quanto mais tenso fica, mais aumenta a possibilidade de uma iniciativa radical do governo norte-coreano", afirmou André Sudo, brasileiro que mora no país desde os 14 anos.

Trump deixou Washington nesta sexta (3) para dar início a sua primeira visita a região desde que se tornou presidente. Além do Japão, ele irá para Coreia do Sul, China, Vietnã e Filipinas. O principal assunto na bagagem será o debate sobre como lidar com a ditadura norte-coreana.

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Os Estados Unidos cobram um posicionamento mais duro de seus aliados asiáticos para por um fim às ameaças do ditador Kim Jong-un, cujo regime vem testando de forma recorrente foguetes com dita capacidade de atingir o território dos EUA e, em setembro, aparentou testar uma bomba de hidrogênio.

A preocupação com a segurança do território japonês cresceu depois que a disputa retórica entre Trump e Kim se acirrou, e a possibilidade de que novos testes com mísseis sejam realizados tornou-se uma constante.

Nos últimos testes feitos pelo ditador norte-coreano neste ano, mísseis sobrevoaram a ilha de Hokkaido, no norte do Japão. "Cada teste de mísseis que sobrevoam o território japonês realizados por eles [Coreia do Norte] carregam o risco de falhar e causar uma tragédia no Japão. É por isso que temos medo", afirmou Sudo.

O receio descrito por ele mostra como o assunto entrou na rotina diária da população japonesa neste ano. As ameaças norte-coreanas viraram o assunto central da campanha eleitoral que levou à reeleição do premiê Shinzo Abe no fim de outubro.

Abe busca apoio popular para alterar a Constituição do país, de caráter pacifista, para que o Japão possa se envolver em guerras. Hoje, o país possui forças militares apenas para autodefesa. Após o lançamento dos primeiros mísseis norte-coreanos, o governo japonês passou a utilizar um sistema de alerta para avisar a população –o mecanismo inicialmente era usado para alertar sobre terremotos e tsunamis. Ele envia uma mensagem para os telefones celulares dos cidadãos que vivem na área atingida com instruções sobre como se proteger.

O uso do sistema para avisar sobre os mísseis causou polêmica porque foi interpretado como uma tentativa do governo de elevar o medo em relação à Coreia do Norte. Em abril deste ano, o governo japonês também lançou uma cartilha em diversas línguas com recomendações sobre como agir em caso de ataque norte-coreano.

OBJETIVO

Apesar da amplificação medo, os japoneses ainda são céticos quanto à concretização das ameaças de Kim. Para a professora de inglês Yuri Yasuda, há um exagero do governo e da opinião pública que tentam disseminar a tensão de modo a obter apoio para mudanças políticas. "Não podemos descartar que algo assim aconteça, principalmente agora, mas acho que é improvável", diz.

Ainda que a tensão tenha aumentado, alguns dos japoneses entrevistados pela reportagem demonstraram não se interessar pelo assunto. "Já vimos o horror de uma bomba nuclear, por isso não quero acreditar que outra possa ser usada agora. E como estamos longe da rota [dos mísseis] não quero me preocupar mais", afirmou Kyo Denkoseka, chef de um restaurante em Hiroshima.

"O medo e a tensão acabam concentrados mais em Hokkaido e Tóquio, por ser a capital. No restante do país as pessoas têm certo receio mas estão mais tranquilas", disse a brasileira Sabrina Sasaki, que mora em Kyoto. "Acho que a iminência constante de um terremoto ainda assusta mais." Com informações da Folhapress. 

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