Equipe de TV é agredida por irmão de suposto mafioso na Itália
Episódio ocorreu no distrito de Ostia, dois dias após eleições
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Mundo Roma
Um jornalista e um cinegrafista da emissora pública "Rai" foram agredidos pelo integrante de uma família acusada de envolvimento com a máfia em Ostia, distrito de Roma que elegeu seus representantes no último domingo (5).
Daniele Piervincenzi, repórter do programa "Nemo", entrevistava Roberto Spada, irmão de Carmine Spada, condenado em primeiro grau em junho de 2016 por extorsão com método mafioso, sobre o apoio do clã ao candidato do movimento neofascista CasaPound na votação para presidente do distrito, Luca Marsella.
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Diante da insistência do jornalista, Spada acertou uma cabeçada em seu rosto e o golpeou com um bastão. Em seguida, ele e mais uma pessoa agrediram o cinegrafista, que registrava todo o episódio.
"Fui agredido apenas por fazer perguntas", disse Piervincenzi, que sofreu uma fratura no septo nasal, à ANSA. Em sua página no Facebook, Spada afirmou que respeita "o trabalho de todos", mas acusou o jornalista de "entrar à força em uma associação para sócios" e de "assustar" seu filho.
"Nos últimos 10 dias, vieram pelo menos 30 jornalistas encher o saco. A paciência tem limite", justificou. Pelas imagens, registradas na última terça-feira (7), a conversa entre os dois acontece na porta de uma academia da família.
A agressão gerou manifestações de repúdio quase unânimes, inclusive do CasaPound, apoiado pelos Spada e que alcançou quase 10% dos votos nas eleições em Ostia, um resultado inédito em sua história.
"Roberto Spada não é um expoente do CasaPound. Não compartilhamos nada com ele, a não ser uma presença em uma festa para crianças 18 meses atrás. Não respondemos por suas ações, e a violência é sempre desprezível", disse no Twitter o vice-presidente do movimento, Simone Di Stefano.
Já a prefeita de Roma, Virginia Raggi, do Movimento 5 Estrelas, declarou que a "violência do clã Spada é inaceitável". "Solidariedade ao jornalista e ao cinegrafista agredidos em Ostia. Vamos parar a criminalidade e o extremismo em Roma", acrescentou.
O ex-primeiro-ministro Matteo Renzi, líder do Partido Democrático (PD), também se pronunciou e pediu para o Estado responder "com a força do direito, reafirmando a legalidade e o controle do território". O caso é investigado pela equipe antimáfia da Procuradoria da República em Roma, e Spada pode ser indiciado por lesões graves ou gravíssimas.
Em 2015, o governo italiano dissolveu a administração distrital de Ostia por denúncias de infiltração no poder público local das famílias Fasciani, Triassi e Spada, acusadas de envolvimento com o crime organizado e com a máfia. Com informações da ANSA.