Confinado em casa, Mugabe resiste para deixar governo do Zimbábue
Apesar de negar se tratar de um golpe, militares já tomaram até prédios públicos
© Reuters
Em meio a tensão que envolve o país, o presidente Robert Mugabe, de 93 anos, resiste à saída do cargo, às margens de um golpe militar no Zimbábue. Ele está em casa, e disse, à agência Reuters através de uma fonte de inteligência, que é o único governante legítimo. Enquanto isso, seu líder opositor, Morgan Tsvangirai, voltou ao país nesta quinta-feira (16).
De acordo com informações da Reuter, o padre Fidelis Mukonori está atuando como intermediário entre Mugabe e os generais, que tomaram o poder na quarta-feira (15), tentando uma saída honrosa para Mugabe.
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A fonte da Reuters não pôde dar detalhes das conversas entre o padre e Mugabe, que parecem buscar uma transição suave e pacífica após a saída do atual líder, que comanda o Zimbábue desde sua independência, em 1980.
Mugabe, ainda visto por muitos africanos como um herói da libertação, é repudiado no Ocidente, que o vê como um déspota cujas desastrosas medidas econômicas e disposição para recorrer à violência para se manter no poder destruíram um dos Estados mais promissores da África.
Confinamento e esposa
A África do Sul disse que Mugabe relatou ao presidente sul-africano, Jacob Zuma, por telefone, na quarta-feira, que está confinado à sua casa, mas que de resto está bem e que os militares o estão mantendo e à sua família, inclusive sua esposa, Grace, em segurança.
Apesar da admiração ainda existente por Mugabe, o povo é pouco afeito a Grace, de 52 anos, ex-datilógrafa do governo que iniciou um caso com Mugabe no início dos anos 1990 enquanto sua primeira esposa, Sally, morria após uma doença renal.