Meninas afegãs são vendidas como esposas por menos de R$ 8 em Cabul
Intermediários se aproveitam do desespero de famílias mais pobres para fazerem negócio
© Shamil Zhumatov/Reuters
Mundo Afeganistão
Diariamente, dezenas de meninas afegãs são vendidas em leilões nas ruas de Cabul para se tornarem esposas de homens mais velhos. O valor pago pelas jovens, que são anunciadas como "madura o suficiente para ser uma esposa fértil", é inferior a R$ 8.
Como apurado pelo jornal espanhol "El Mundo", os intermediários se aproveitam do desespero de famílias extremamente pobres para fazerem negócio.
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“Esta é a minha cultura, não faço nada que não tenha sido feito por centenas, mesmo milhares de anos, antes do Profeta. A mulher deve formar uma família, eu ajudo-as a encontrar um marido”, contou Akbar, que se apresentou como “intermediário para homens que procuram boas esposas” ao jornal.
Não sequestro as meninas nem forço que ninguém me dê as suas filhas. O que eu faço é pôr em contato com as famílias que querem casar as suas famílias e os homens que precisam de uma mulher.”
A maior parte das famílias que vende suas filhas vive em extrema pobreza e encontra nessa proposta uma forma de ganhar algum dinheiro. Akbar conta que “uma mulher satisfatória” custa 150 afeganis (cerca de R$ 7,70). A este valor soma-se 10.000 afeganis (cerca de R$ 470) pela intermediação e pelo dote.
Por falta de medidas contra o problema, além dos homens afegãos poderem ter até quatro esposas, o comércio de meninas prospera no país.