EUA vira alvo de críticas por Jerusalém em reunião da ONU
Conselho de Segurança fez encontro de emergência sobre tema
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A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel foi duramente criticada pelos países-membros da Organização das Nações Unidas durante uma reunião de emergência do Conselho de Segurança nesta sexta-feira (8).
"Estou muito preocupado com o potencial risco da escalada de violência. Essa é a hora mais importante do que nunca para preservar as perspectivas de paz na região [...] porque não há um plano B para a solução de dois Estados", disse o enviado especial da ONU para o Oriente Médio, Nickola Mladenov.
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"De todas as questões sobre o status no conflito israelo-palestino - refugiados, assentamentos, segurança, fronteiras e etc - aquela sobre Jerusalém é a mais difícil e complexa emotivamente. Para israelenses e palestinos, Jerusalém é e sempre será parte da própria identidade", acrescentou Mladenov.
Lembrando as palavras do secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, o enviado especial pediu para que a "comunidade internacional honre a sua responsabilidade histórica, ajudando Israel e Palestina a atingir esse objetivo".
Segundo Mladenov, a decisão unilateral de Trump "pode minar seriamente os atuais esforços de paz e poderá ter repercussão em toda a região" do Oriente Médio.
Durante a reunião, os embaixadores na entidade de Itália, França, Grã-Bretanha, Alemanha e Suécia emitiram uma nota conjunta em que mostram seu "desacordo" com a decisão norte-americana.
"A decisão não está em linha com o Conselho de Segurança e não ajuda na perspectiva de paz para a região. O status de Jerusalém deve ser determinado através de negociações entre israelenses e palestinos. Jerusalém deve ser a capital dos dois Estados e, até lá, não reconheceremos nenhuma soberania", disseram os cinco representantes.
A nota lida em plenário ainda lembra sobre a situação instável naquela região há décadas e faz um apelo para que "todas as partes e os atores da região trabalhem juntos para manter a calma".
"Estamos prontos para contribuir nos esforços críveis para reiniciar o processo de paz com base nos parâmetros concordados em nível internacional e encorajamos a administração dos EUA a nos apresentar uma proposta detalhada sobre isso", disseram ainda.
Por sua vez, a embaixadora norte-americana na ONU, Nikki Haley, afirmou que Trump "só reconheceu o óbvio", mas que os "EUA não tomaram uma decisão sobre as fronteiras, que devem ser decididas entre Israel e Palestina".
"Os EUA não tomaram uma decisão sobre o status final. Apoiamos a solução dos dois Estados se houver um acordo entre as partes. Continuamos empenhados no processo de paz", disse Haley perante as críticas de seus pares.
Até o momento, os protestos palestinos contra a decisão de Trump deixaram dois mortos e mais de 760 feridos na Cisjordânia, em Jerusalém e na Faixa de Gaza. (ANSA)