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EUA vira alvo de críticas por Jerusalém em reunião da ONU

Conselho de Segurança fez encontro de emergência sobre tema

EUA vira alvo de críticas por Jerusalém em reunião da ONU
Notícias ao Minuto Brasil

07:46 - 09/12/17 por Notícias Ao Minuto

Mundo Nações Unidas

A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel foi duramente criticada pelos países-membros da Organização das Nações Unidas durante uma reunião de emergência do Conselho de Segurança nesta sexta-feira (8).

"Estou muito preocupado com o potencial risco da escalada de violência. Essa é a hora mais importante do que nunca para preservar as perspectivas de paz na região [...] porque não há um plano B para a solução de dois Estados", disse o enviado especial da ONU para o Oriente Médio, Nickola Mladenov.

+ Confrontos em Jerusalém já somam mais de 760 feridos

"De todas as questões sobre o status no conflito israelo-palestino - refugiados, assentamentos, segurança, fronteiras e etc - aquela sobre Jerusalém é a mais difícil e complexa emotivamente. Para israelenses e palestinos, Jerusalém é e sempre será parte da própria identidade", acrescentou Mladenov.

Lembrando as palavras do secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, o enviado especial pediu para que a "comunidade internacional honre a sua responsabilidade histórica, ajudando Israel e Palestina a atingir esse objetivo".

Segundo Mladenov, a decisão unilateral de Trump "pode minar seriamente os atuais esforços de paz e poderá ter repercussão em toda a região" do Oriente Médio.

Durante a reunião, os embaixadores na entidade de Itália, França, Grã-Bretanha, Alemanha e Suécia emitiram uma nota conjunta em que mostram seu "desacordo" com a decisão norte-americana.

"A decisão não está em linha com o Conselho de Segurança e não ajuda na perspectiva de paz para a região. O status de Jerusalém deve ser determinado através de negociações entre israelenses e palestinos. Jerusalém deve ser a capital dos dois Estados e, até lá, não reconheceremos nenhuma soberania", disseram os cinco representantes.

A nota lida em plenário ainda lembra sobre a situação instável naquela região há décadas e faz um apelo para que "todas as partes e os atores da região trabalhem juntos para manter a calma".

"Estamos prontos para contribuir nos esforços críveis para reiniciar o processo de paz com base nos parâmetros concordados em nível internacional e encorajamos a administração dos EUA a nos apresentar uma proposta detalhada sobre isso", disseram ainda.

Por sua vez, a embaixadora norte-americana na ONU, Nikki Haley, afirmou que Trump "só reconheceu o óbvio", mas que os "EUA não tomaram uma decisão sobre as fronteiras, que devem ser decididas entre Israel e Palestina".

"Os EUA não tomaram uma decisão sobre o status final. Apoiamos a solução dos dois Estados se houver um acordo entre as partes. Continuamos empenhados no processo de paz", disse Haley perante as críticas de seus pares.

Até o momento, os protestos palestinos contra a decisão de Trump deixaram dois mortos e mais de 760 feridos na Cisjordânia, em Jerusalém e na Faixa de Gaza. (ANSA)

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