Argentina: votação de reforma Previdência deixa 162 feridos e 81 presos
Manifestantes e policiais entraram em confronto em Buenos Aires
© Martin Acosta/REUTERS
Mundo Manifestação
Não é apenas no Brasil que a reforma da Previdência tem sido motivo de polêmica. A capital da Argentina, Buenos Aires, viveu cenas de conflito nesta segunda-feira (18) por conta de uma proposta do presidente Mauricio Macri para mudar o sistema de aposentadorias no país. Em manifestações na Avenida 9 de julho, a principal de Buenos Aires, 162 pessoas ficaram feridas, inclusive 80 agentes de segurança argentinos. Oitenta e uma pessoas foram detidas. Segundo a imprensa local, a capital da Argentina não via batalhas campais dessas proporções desde a crise de 2001.
Manifestantes lançaram pedras e pedaços de madeira contra as forças de segurança, que responderam com tiros de balas de borracha e gás lacrimogêneo. Na quinta-feira passada (14), conflitos entre policiais e manifestantes já haviam forçado o governo a adiar a votação da reforma na Câmara. Além disso, a Casa Rosada introduziu um "bônus" no texto para compensar as mudanças nas aposentadorias.
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A reforma está sendo analisada pela Câmara dos Deputados nesta segunda, e manifestantes se reuniram em frente à sede do Congresso para protestar contra o projeto, que conta com o apoio da base aliada de Macri e de governadores peronistas de diversas províncias. Já o peronismo fiel à ex-presidente Cristina Kirchner, sindicatos e partidos de esquerda tentam barrar a reforma previdenciária.
Organizações sindicais iniciaram uma greve geral de 24 horas ao meio-dia desta segunda, como forma de protesto contra a medida, que já recebeu o aval do Senado. A paralisação suspendeu pelo menos nove voos entre Buenos Aires e São Paulo, afetando companhias como Aerolíneas Argentinas, Gol, Latam e Turkish Airlines. Atualmente, o reajuste de aposentadorias e pensões no país é vinculado ao crescimento da arrecadação da Administração Nacional de Segurança Social (Anses) e dos salários - o aumento é dado pela soma de 50% desses dois índices.
Na proposta de Macri, o reajuste nos benefícios passaria a ser determinado pela soma de 70% da inflação e 30% do aumento dos salários no setor formal. Segundo consultorias, essa mudança reduzirá o ritmo de crescimento do valor das aposentadorias. Com informações da Ansa.