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Caso IURD: crianças loiras e de olhos azuis 'eram as mais cobiçadas'

Pai vive por 20 anos acreditando que a sua filha portuguesa trazida para o Brasil havia morrido no parto

Caso IURD: crianças loiras e de olhos azuis 'eram as mais cobiçadas'
Notícias ao Minuto Brasil

20:08 - 22/12/17 por Notícias Ao Minuto

Mundo Adoção

Reportagens da série "O Segredo dos Deuses", da emissora portuguesa TVI, vêm revelando, desde a segunda-feira (11), denúncias relacionadas a um suposto rapto de crianças portuguesas entregues temporariamente a um lar administrado pela Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) em Portugal, nos anos 1990.

O último episódio da série exibido nesta sexta-feira (22) revela que, além de Portugal ser a porta de entrada da IURD na Europa, era também uma forma de bispos da Igreja adotarem crianças brancas. De acordo com a reportagem, as adoções eram uma espécie de prêmio para os bispos que angariavam dinheiro para a Igreja e escolhiam as crianças por meio de fotos.

+ Caso IURD: pacto milionário escondeu segredo de adoções suspeitas

Mais um testemunho

O caso de Ricardo Campos foi revelado nesta sexta. De acordo com a reportagem, ele se tratava do vício em drogas quando Milena de Fátima Castro, que estava grávida de uma filha dele, deu à luz em uma maternidade de Lisboa. Como a mãe estava sozinha, com duas filhas e sem trabalho, foi procurar ajuda na igreja. Milena teria começado a trabalhar na instituição.

Funcionárias do lar da IURD contaram à TV portuguesa que a menina ficou um dia ou dois na instituição, tendo sido logo levada para a casa do bispo João Luís, que prometeu ajudar a mãe. Quando o pai voltou da desintoxicação, foi informado que a bebê tinha morrido.

Documentação

O registro de nascimento de Raquel, que a TVI teve acesso, mostra que ela nasceu exatamente no mesmo dia e à mesma hora que a filha que Milena: 7 de julho de 1994, às 12h35. Os jornalistas tiveram acesso ao livro da sala de partos, mas Milena nunca registrou a filha no cartório, o que é obrigatório por lei.

A TVI procurou pela mãe de Raquel em Portugal e no exterior, mas não conseguiu contato.

Ricardo começou a frequentar a igreja e logo se tornou pastor. Em um culto anos depois, ele soube da verdade sobre a filha dele por meio de outro pastor.

Raquel

Raquel cresceu na igreja e foi para o Brasil quando tinha 13 anos. Ela se tornou uma adolescente perturbada, tendo realizado várias tentativas de suicídio. Com 20 anos, casou-se com um pastor da Universal. Ela teve o sobrenome alterado e não conhece o pai.

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