Em palestra, Hillary pede que EUA retomem protagonismo global
A ex-secretária de Estado discursou a uma plateia de estudantes na Universidade Georgetown
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Mundo Washington
De volta a Washington mais de um ano depois das eleições, a democrata Hillary Clinton defendeu, nesta segunda (5), que os EUA retomem seu protagonismo em questões globais, voltou a criticar o sexismo e a misoginia como fatores que contribuíram para sua derrota e disse que continuará na linha de frente da democracia.
"Temos de restabelecer a voz da América na arena mundial", afirmou. "Se você começa a não ligar, a rejeitar o que vem ocorrendo no mundo, você começa a perder batalhas."
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A ex-secretária de Estado discursou a uma plateia de estudantes na Universidade Georgetown, durante um evento de premiação de mulheres que lutam por direitos humanos, paz e justiça no mundo. A premiação leva o nome de Hillary Clinton e é concedida anualmente pelo Instituto Georgetown pelas Mulheres, Paz e Segurança.
Foram agraciadas neste ano a ex-refém do Estado Islâmico Nadia Murad, a ativista de Mianmar Wai Wai Nu e a canadense Lyce Doucet, correspondente internacional da BBC.
Clinton foi apresentada como a primeira mulher a disputar uma eleição para a presidência dos EUA e que ganhou no voto popular.
"É bom vê-la aqui novamente, e tão bem", disse Doucet, uma das homenageadas, a Clinton. A democrata, que vem reduzindo as aparições públicas desde a derrota, sorriu amarelo.
Ela usou o palco majoritariamente para defender o protagonismo feminino, na política e na sociedade, mas também aproveitou para fazer críticas ao mandatário Donald Trump.
Um dos apelos mais fortes foi pela retomada do Acordo de Paris sobre o clima, do qual o presidente se retirou no início do mandato. "Somos o único país a não estar ali. É absurdo", afirmou, defendendo que haja mobilização popular e estudantil pelo tema.
Clinton também criticou o partidarismo da política americana e disse que há causas que não dependem de partido, mas dizem respeito ao que somos como seres humanos.
Ela lamentou a perda de protagonismo dos EUA no cenário global, em especial na defesa dos direitos humanos. Por fim, ainda rebateu as críticas de Trump à imprensa e defendeu o trabalho de jornalistas.
"Eu ainda acredito na verdade, em provas, fatos. Não existe realidade alternativa", afirmou. "A verdade está sob cerco. O trabalho do jornalismo é particularmente crucial neste tempo."
Aos 70 anos de idade, ex-senadora, ex-primeira-dama e ex-secretária de Estado, Clinton declarou ainda que há resistência a aceitar a liderança de mulheres em posições de poder e atribuiu parte desse sentimento à sua derrota, como já fizera em seu livro "O que aconteceu", lançado em setembro do ano passado.
No entanto, disse estar otimista, em especial com recentes movimentos como o #MeToo, em que mulheres americanas vieram a público para denunciar casos de assédio e violência sexual. Com informações da Folhapress.