Acusado de tiroteio na Flórida teria comprado 10 armas em 2017
Cruz, de 19 anos, é indiciado por 17 acusações de assassinato premeditado
© REUTERS/Susan Stocker
Mundo Estados Unidos
O jovem Nikolas Cruz, autor do tiroteio em uma escola na Flórida, nos Estados Unidos, que deixou 17 mortos, teria comprado legalmente cerca de 10 armas de fogo durante o ano passado, informou a imprensa local nesta segunda-feira (19).
A informação foi divulgada pela "CNN" no dia em que o acusado participou de uma audiência no tribunal de Fort Lauderdale, em sua primeira aparição pública desde que foi detido. Vestindo o uniforme laranja da prisão, Cruz, de 19 anos, sentou-se com a cabeça baixa durante todo o julgamento perante a juíza Elizabeth Scherer. Ele é indiciado por 17 acusações de assassinato premeditado.
+ Autor dos disparos na Flórida sofria de depressão e autismo
De acordo com os advogados de defesa do jovem, ele se declarará culpado de seus crimes caso os promotores prometam não pedir pena de morte para ele. No entanto, a acusação não exclui pedir a pena de morte para Cruz. "Este é certamente o tipo de causa para a qual a pena de morte foi projetada", afirmou o promotor estadual Michael Satz.
O casal que há cerca de três meses abrigava em sua casa o autor do massacre na escola Marjory Stoneman Douglas, na Flórida, disse em entrevista que não tinha ideia das tendências violentas do jovem. Eles chegaram a descrever Cruz como uma pessoa ingênua.
A mãe de Nikolas Cruz morreu em novembro, em decorrência de uma pneumonia. Na ocasião, o jovem se mudou para Parkland, onde foi morar com James e Kimberly Snead. De acordo com o jornal "Sun Sentinel", o jovem era amigo do filho do casal.
Segundo um documento divulgado pelo Departamento de Crianças e Famílias (DCF) da Flórida, Cruz recebia tratamento psiquiátrico e tomava medicamentos controlados em 2016 e sofria de depressão, déficit de atenção e autismo.
De acordo com as emissoras de TV NBC e CBS, o Departamento disse que o Serviço de Proteção a Adultos foi acionado em 28 de setembro de 2016 para investigar uma denúncia de que o jovem seria "vítima" de sua mãe, Lynda. No entanto, uma investigação determinou que ele não sofria maus-tratos, frequentava a escola normalmente e recebia acompanhamento psiquiátrico, inclusive com medicamentos.
Este relatório pode fundamentar a postura da defesa de que as autoridades não deram atenção aos sistemáticos "pedidos de ajuda" de Cruz, de acordo com o advogado defensor Gordon Weeks.
A emissora ABC News informou que durante os interrogatórios após o massacre, Cruz disse à polícia que escutou vozes na sua cabeça que lhe indicaram como cometer o ataque, vozes que foram descritas como "demônios".
Na última quarta-feira (14), Cruz invadiu uma escola da qual foi expulso em 2017, em Parkland, armado com um rifle AR-15 e matou 17 pessoas, entre alunos e professores, além de deixar outras 14 feridas. Com informações da ANSA.