Confrontos levam à fuga de 64 mil de áreas sitiadas sírias
40 civis morreram nos combates, 16 em um hospital atingido por um bombardeio turco, e ao menos 2.500 pessoas deixaram a cidade
© Bassam Khabieh/REUTERS
Mundo Conflito
Cerca de 64 mil civis fugiram desde quinta-feira (15) da cidade de Afrin e da região de Ghouta Oriental, na Síria, áreas em extremidades opostas do país sitiadas por intensas batalhas das forças envolvidas na guerra que nesta semana entrou no oitavo ano.
Na primeira região, rebeldes contrários ao regime do ditador sírio, Bashar al-Assad, se aliaram à Turquia para enfrentar as Unidades de Proteção do Povo (YPG), milícias curdas que dominam a região e consideradas terroristas pelas autoridades turcas, e as forças de Damasco.
Nesta sexta-feira (16), as forças aliadas à Turquia tentaram invadir o norte da cidade. Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, 40 civis morreram nos combates, 16 em um hospital atingido por um bombardeio turco, e ao menos 2.500 pessoas deixaram a cidade.
Com elas, chega a 48 mil o número de pessoas que fugiram desde quarta (14) pelo único corredor aberto pelos aliados dos turcos para a saída dos civis. A ONU teme que os remanescentes estejam sendo impedidos de sair e usados como escudos humanos pelas milícias curdas.
Em Ghouta Oriental, bastião dos rebeldes contrários a Assad próximo a Damasco, a ONU estima que 16 mil pessoas tenham fugido dos confrontos entre os insurgentes, em sua maioria extremistas islâmicos, e as forças do regime, que têm apoio da Rússia.
Nesta sexta, pelo menos 80 pessoas morreram em ataques aéreos. O Observatório Sírio de Direitos Humanos acusa as forças russas de terem feito o bombardeio, o que é negado por Moscou.
A ditadura síria já reconquistou 70% da região, a última fortaleza rebelde próxima à capital, na ofensiva iniciada em 18 de fevereiro. Mais de 1.200 civis morreram e milhares ficaram feridos.
Apesar das condenações e apelos a um cessar-fogo, a operação continua. Neste contexto, o Exército sírio pediu que os habitantes de Ghouta Oriental fujam do reduto através "dos corredores de segurança".
Depois das críticas dos Estados Unidos ao papel de Moscou, acusado de ser "moralmente cúmplice e responsável ""pelas atrocidades de Assad", o chanceler russo, Serguei Lavrov, acusou os ocidentais de tentarem "preservar o potencial militar dos terroristas" na Síria, forma como Moscou e o regime de Assad chamam os rebeldes. Com informações da Folhapress.