Risco de ataque terrorista na Páscoa deixa Itália em alerta
País está recebendo milhares de fiéis para celebrações do Papa
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Mundo Ameaça
Em meio às diversas ameaças terroristas, as autoridades da Itália reforçaram as medidas de segurança e antiterrorismo no país em decorrência das celebrações de Páscoa, que devem reunir milhares de fiéis no território europeu.
"A ameaça terrorista foi, é e continuará sendo grave por um certo período de tempo para a Itália, mas as operações policiais mostram que há uma extraordinária capacidade de prevenção" e a segurança será alta "mesmo nas celebrações da Páscoa", disse o ministro do Interior, Marco Minniti, ao "Tg1".
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Eventos como a Via Crucis, no Coliseu, terão segurança reforçada, assim como igrejas, edifícios institucionais, áreas fechadas para pedestres, centro comerciais, estações de metrô e trem e aeroportos. Além disso, a Itália aumentará a vigilância nos postos de fronteira. De acordo com o ministro, os combatentes estrangeiros são "ameaça iminente, que deve chegar enquanto os lobos solitários podem ser ativados com uma capacidade de prevenção muito baixa e previsibilidade zero".
A queda do "califado" do Estado Islâmico na Síria e no Iraque também levanta temores de que mais de 100 pessoas que haviam viajado ao Oriente Médio para lutar na causa jihadista retornem ao país europeu.
Na manhã desta sexta-feira (30), um cidadão marroquino residente na Itália foi preso no Piemonte por ligação com grupo terrorista. Segundo a investigação coordenada pela promotoria de Roma, as "atividades criminosas" do estrangeiro "fortemente suspeito" enfatizam o incitamento ao assassinato para fins terroristas.
O homem foi identificado por Ilyass Hadouz, 19 anos. Ele é morador de Fossano, na cidade de Cuneo, onde foi detido pela polícia italiana. O jovem marroquino usou suas redes sociais - Facebook, Instagram e Twitter - para fazer "intensa propaganda jihadista, exaltando os feitos, o valor e a coragem dos combatentes em nome de Alá, os quais ele estaria pronto para imitar as ações", informaram os investigadores. Nesta semana, a Itália realizou diversas operações antiterrorista.
A iniciativa foi tomada depois que a embaixada italiana na Tunísia recebeu uma carta anônima que dizia que Mathlouthi, supostamente ligado ao Estado Islâmico (EI), estaria planejando um ataque na "cidade eterna".
As autoridades de Roma chegaram a prender um egípcio e um ítalo-marroquino suspeito de ligação com os jihadista, além de um grupo de cinco tunisianos que participavam da mesma rede de terrorismo de Anis Amri, autor do massacre no mercado de Natal em Berlim, em 2016.
Nos últimos meses, o EI publicou diversas ameaças contra a Itália, o único dos cinco principais países da Europa Ocidental ainda imune a atentados do grupo jihadista, ao contrário de Reino Unido, França, Alemanha e Espanha.
Os terroristas já divulgaram vários vídeos na web simulando ataques em Roma e tanques de guerra avançando contra o Coliseu.A Itália integra a coalização anti-Estado Islâmico liderada pelos Estados Unidos e também abriga o papa Francisco , um dos alvos declarados do grupo.
Recentemente, os serviços de inteligência italianos, em seu relatório anual, afirmaram que a ameaça jihadista no país é "concreta e atual" e que o território nacional abriga "sujeitos radicalizados ou expostos a processos de radicalização". Com informações da ANSA.