EUA e Israel acusam presidente palestino de antissemitismo
Abbas fez declaração polêmica sobre o Holocausto ontem (1)
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Mundo Notícias
Os governos dos Estados Unidos e Israel condenaram nesta quarta-feira (2) a polêmica declaração do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmud Abbas, na qual insinuou que o Holocausto foi motivado pela "usura" dos judeus na Europa.Ontem (1), Abbas participou de uma reunião do Conselho Nacional Palestino, em Ramallah, na Cisjordânia, e sugeriu que a "função social" dos judeus, especialmente no setor financeiro, foi a causa dos massacres.
Todas as citações foram consideradas antissemitas por políticos e ativistas de direitos israelenses e judaicos, além das autoridades norte-americanas.
Em uma publicação no Twitter, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que "aparentemente, um negacionista do Holocausto continua sendo um negacionista. Está na hora de desaparecer", fazendo referência ao palestino. Já um porta-voz de premier afirmou que as falas são "antissemitas e patéticas".
O embaixador dos Estados Unidos em Israel, David Friedman, por sua vez, ressaltou que Abbas "caiu mais baixo do que nunca".
Durante o discurso, o presidente palestino disse que a história do judaísmo europeu foi construída por meio de "autores sionistas judeus". Além disso, ele admitiu que "os judeus do Leste Europeu e Europa Ocidental foram periodicamente submetidos a massacres ao longo dos séculos".
"Mas, por que isso aconteceu? Eles (os judeus) dizem: 'porque somos judeus'", declarou Abbas diante de centenas de delegados. Logo depois, ele citou livros escritos por judeus que, segundo ele, retratam que a "hostilidade contra os judeus não se deve a sua religião, mas, sobretudo, a sua função social".
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Entretanto, Abbas negou que os judeus ashkenazis - da Alemanha e do nordeste da Europa - fossem semitas. O grupo é uma das maiores comunidades de Israel. Jason Greenblatt, enviado dos EUA para o Oriente Médio, classificou as declarações de "muito lamentáveis, alarmantes e terrivelmente desanimadoras".
Já o presidente do Parlamento, Yuli Edelstein, afirmou que Abbas vai aparecer nos livros de história como um "provocador racista".
Esta não é a primeira vez que o palestino faz declarações polêmicas sobre o Holocausto. No início dos anos 1980, ele disse que havia uma "relação secreta entre o nazismo e o sionismo". Com informações da ANSA.