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Capital da Tunísia terá uma prefeita pela primeira vez

Tunisianos mostram desilusão, mas premiam mulheres nas urnas

Capital da Tunísia terá uma prefeita pela primeira vez
Notícias ao Minuto Brasil

07:13 - 08/05/18 por Notícias Ao Minuto

Mundo Eleições

Uma baixa participação do eleitorado, mas um sucesso feminino. Assim podem ser resumidas as primeiras eleições municipais da incipiente democracia da Tunísia, nascida após a queda do ditador Zine El Abidine Ben Ali, em 2011, na Primavera Árabe.

Apenas um a cada três eleitores (34%) decidiu expressar seu voto, e quem o fez premiou candidatas e elegeu muitas delas como prefeitas, inclusive na capital Túnis, com a farmacêutica de 54 anos Souad Abderrahim, do partido islâmico Ennahda.

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E o mérito não é apenas das cotas que impõem pelo menos 50% de postulantes do sexo feminino nas listas partidárias, mas também da determinação das mulheres em se impor em um mundo tradicionalmente machista.

Abderrahim não usa véu e calcou sua campanha na luta contra a discriminação de gênero. "Ser a primeira prefeita mulher de Túnis é um orgulho para todas as mulheres tunisianas", declarou ela nesta segunda-feira (7).

Em La Marsa, nos arredores da capital, a vitoriosa foi uma candidata independente, Rawdha Zaouchi, que conseguiu furar a polarizada disputa entre Ennahda e o secular Nidaa Tounes, do presidente Beji Caid Essebsi.

A Tunísia, que ainda luta para manter de pé sua democracia, apresenta a legislação mais avançada do mundo árabe em termos de paridade de gênero na política, mas, na vida cotidiana, ainda há muito a evoluir.

Nos próximos dias, a Comissão de Liberdades Individuais da Presidência da República deve entregar a Essebsi uma relação detalhada de propostas para aumentar a igualdade entre homens e mulheres, agora com o respaldo do sucesso feminino nas urnas.

Quorum

A baixa participação popular, no entanto, é motivo de preocupação, já que os partidos contavam com um eleitorado de peso para fortalecer o percurso democrático da Tunísia, ameaçado diversas vezes nos últimos anos.

Em menos de uma década de democracia, a elite política já precisa repensar sua forma de encarar um país ao mesmo tempo em transformação e estagnado. Os resultados ainda não são definitivos, mas o Ennahda deve se confirmar como mais votado em âmbito nacional, com 27,5%. O Nidaa Tounes, com 22,5%, aparece na sequência.

Juntas, todas as listas independentes devem somar 28% dos votos, um claro recado ao establishment. (ANSA)

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