Procurador-geral colombiano diz que país está "inundado em coca"
Fernando Carrillo disse ainda que é preciso repensar as políticas para acabar com os cultivos ilegais
© REUTERS/John Vizcaino
Mundo Alerta
O procurador-geral da Colômbia, Fernando Carrillo, disse nesta quinta-feira (17), que o país está "inundado em coca" e que é preciso repensar as políticas para acabar com os cultivos ilegais. O alerta de Carrillo chama a atenção especialmente para as "áreas fronteiriças", o que obriga a pensar num novo método, diferente da substituição voluntária, para pôr fim aos cultivos ilegais.
Em maio do ano passado, o presidente Juan Manuel Santos lançou um plano de substituição das plantações de coca, componente base da cocaína, para aplicar o acordo de paz assinado com a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e terminar meio século de conflito armado.
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Para Fernando Carrillo, o plano que oferece uma solução para os que cultivam coca, de modo a que a substituam por produtos legais, não está se mostrando eficiente. "Se de agora em diante, e como se tem verificado, a estratégia não funcionar, há que se pensar noutras soluções", disse.
O procurador-geral sublinhou que nas regiões em que o cultivo de coca aumentou, "há também uma crescente presença do crime organizado, grupos armados e cartéis internacionais. "Onde há cartéis, crime organizado, pouca presença do Estado, a corrupção domina", acrescentou.
Antecessor de Carrillo na Procuradoria Geral da República, Alejandro Ordóñez já havia alertado, em 2015, que a Colômbia estava "nadando em coca". O cultivo de coca na Colômbia aumentou 52% em 2016, tendo a área de plantação passado dos 96 mil para os 146 mil hectares, de acordo com um estudo, divulgado em julho passado, pela Agência das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (UNODC).
Em relação à produção de cocaína, o mesmo estudo calculou um aumento de 34%, de 646 toneladas em 2015, para 866 toneladas em 2016. A ONU também ressaltou que o preço por quilo de folhas de coca aumentou 43% em relação a 2013, "o ano em que a tendência começou a ser de aumento da área plantada".