EUA vão impor as piores sanções contra o Irã, diz secretário de Estado
'Aplicaremos uma pressão financeira sem precedentes', disse Mike Pompeo
© Jonathan Ernst/Reuters
Mundo Mike Pompeo
Os Estados Unidos aumentarão a pressão financeira sobre o Irã com as "sanções mais fortes da história", anunciou o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, nesta segunda (21), uma semana depois que Washington abandonou o acordo nuclear de 2015 com Teerã.
"Aplicaremos uma pressão financeira sem precedentes sobre o regime iraniano. Os líderes em Teerã não terão dúvida sobre nossa seriedade", disse Pompeo, em seu primeiro grande discurso sobre política externa desde que deixou a direção da CIA para liderar o Departamento de Estado.
Leia também: Sem-teto encontrada morta na rua tinha R$ 4,5 milhões em conta bancária
"O ferrão das sanções se tornará mais doloroso apenas se o regime não mudar o rumo do caminho inaceitável e improdutivo que escolheu para si mesmo e para o povo iraniano", acrescentou, em conferência no think tank conservador Heritage Foundation.
"O Irã não terá nunca mais carta branca para dominar o Oriente Médio", disse ele, ao descrever a nova estratégia americana em relação ao regime islâmico, que inclui 12 duras condições de Washington para qualquer "novo acordo" nuclear.
Pompeo impôs 12 condições sobre o Irã e disse que o alívio das sanções econômicas só virá quando Washington vir mudanças tangíveis nas políticas iranianas. Entre as demandas estão pôr fim ao programa de mísseis balísticos e não intervir em conflitos regionais, como Iêmen e Síria.
"Detectaremos as operações iranianas e seus representantes de Hizbullah que operam em todo o mundo e os esmagaremos", anunciou Pompeo.
"O Irã se verá obrigado a tomar uma decisão: brigar para manter sua economia à deriva no país, ou continuar desperdiçando preciosas riquezas nas disputas no exterior. Não terá recursos para fazer as duas coisas", garantiu.
O presidente americano, Donald Trump, considera que o acordo original de 2015 com o Irã, também firmado por Reino Unido, China, França, Alemanha e Rússia, não foi rígido o suficiente em suas exigências para com Teerã e agora quer que os demais signatários apoiem sua estratégia de linha-dura.
"Na estratégia que estamos anunciando hoje, queremos o apoio dos nossos aliados e sócios mais importantes na região e em todo o mundo. Não me refiro apenas aos nossos amigos na Europa", disse Pompeo.
O secretário de Estado também advertiu as empresas europeias que mantêm relações com o Irã, violando as sanções dos EUA, que serão "obrigadas" a prestar contas.
Por enquanto, a União Europeia está tentando convencer o Irã a se manter no acordo de 2015, mesmo sem a participação de Washington. Com informações da Folhapress.