Imigrante que salvou criança vai receber nacionalidade francesa
Mamoudou Gassama foi recebido pelo presidente francês, Emmanuel Macron, depois de ter resgatado uma criança de quatro anos
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Mundo Mamoudou Gassama
O vídeo de Mamoudou Gassama subindo quatro andares em poucos segundos para salvar uma criança de quatro anos que estava pendurada na janela tornou-se viral nas redes sociais. O maliano está vivendo na França, mas sem o direito à nacionalidade francesa,
Apelidado de herói, Gassama foi recebido, nesta segunda-feira (28), pelo presidente francês, Emmanuel Macron.
De acordo com a Sky News e a BBC, o líder da França decidiu agradecer o gesto altruísta do rapaz e vai conceder-lhe a nacionalidade francesa.
Além disso, anunciou Macron, o maliano de 22 anos, que recebeu uma medalha pela sua coragem, vai passar a trabalhar com os bombeiros franceses.
No momento em que Gassama salvou a criança, os pais do menino de quatro anos não estavam em casa.
Quando os bombeiros chegaram ao local, assistiram de imediato a criança e o herói. Ambos escaparam sem quaisquer ferimentos, apesar da criança ter ficado bastante assustada com toda a situação.
Mamoudou Gassama diz ter documentos que lhe permitem ficar legalmente na Itália, onde chegou em 2014 após atravessar o Mediterrâneo desde a Líbia, onde ficou cerca de um ano, mas quer se juntar ao seu irmão, que vive há décadas no território francês.
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Descoberto pelas redes sociais 24 horas depois do seu gesto, Gassama contou o episódio: "Vi muita gente prestes a chorar e ouvi as sirenes das viaturas. (...) Tive medo quando salvei a criança, mais tarde comecei a tremer, não conseguia me suster nos meus pés e tive que me sentar".
"Obrigado Deus, eu salvei-a", exclamou o maliano.
Além das reações nas redes sociais, as declarações e os elogios políticos não tardaram a chegar, no próprio dia, nomeadamente pela presidente do município de Paris e pelo presidente do partido Les Republicains da região Ile-de-France.
"Mamoudou Gassama lembra-nos que as pessoas em situação irregular são seres humanos, com (...) imensa coragem, da qual provam durante a perigosa viagem com destino à Europa", sublinhou a organização SOS Racismo francesa.