Ataque aéreo russo atinge hospital e mata civis no sul da Síria
Esses foram os primeiros ataques aéreos na região desde a trégua de 2017
© Lusa
Mundo Observatório
Um hospital foi atingido neste domingo (24) e cinco civis morreram durante um ataque aéreo em território rebelde no sul da Síria, em uma altura em que as forças de Damasco planejam uma ofensiva terrestre, indicou uma organização não-governamental (ONG). Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) atribuiu os ataques aéreos na província de Deraa à aviação militar russa, aliada indefectível do regime de Bashar al-Assad.
Altamente estratégica, o sul do território sírio continua sob domínio das forças rebeldes, designadamente na província de Deraa.
Junto à fronteira com a Jordânia e do planalto dos Montes Golã - onde uma larga faixa foi anexada por Israel - a zona foi objeto, em julho de 2017, de um cessar-fogo negociado por Moscou, Washington e Amã.
"Cinco civis foram mortos nos ataques aéreos dos aviões russos" contra diversas localidades de Deraa, precisou o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahmane.
A ONG, que dispõe de um vasto conjunto de fontes de informação na Síria, determinou que as investidas foram feitas pela aviação da Rússia a partir do modelo de avião utilizado e das munições usadas no ataque.
+ Erdogan lidera com quase 60% dos votos na Turquia
Na localidade de al-Herak, os 'raides' russos atingiram o hospital local, que ficou temporariamente fora de serviço devido aos estragos causados, indicou Rahmane.
Os rebeldes replicaram com tiros de artilharia dirigidos para a região controlada pelo regime no poder, tendo uma jovem sido morta na localidade de Soueida, indicou a agência noticiosa oficial SANA.
Segundo a OSDH, no sábado (23) o bombardeio aéreo russo em Derra foi o primeiro desde a trégua instalada em julho de 2017.
De acordo com as Nações Unidas, as operações militares do regime de Damasco colocam em perigo a vida de 750 mil civis.
Entretanto, um comandante rebelde revelou que os Estados Unidos avisaram os insurgentes sírios que não intervirão para os ajudar caso ocorra uma ofensiva do regime de Bashar al-Assad no sul da Síria.
Graças ao apoio militar russo, iraniano e do Hezbollah libanês, o regime sírio recuperou progressivamente o controle de 60% do país, segundo a OSDH.
O conflito na Síria já provocou mais de 350 mil mortos e deixou desalojadas milhões de pessoas. Com informações da Lusa.