Cristina Kirchner denuncia presença de 'tóxico' em imóvel
Apartamento da ex-presidente foi alvo de operação na quinta
© REUTERS/Marcos Brindicci
Mundo Polícia
A ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner denunciou, por meio de seu advogado, a presença de uma suposta substância "tóxica" em seu apartamento, alvo de uma operação de busca na quinta (23).
Em um comunicado, Carlos Beraldi diz que a empregada doméstica e dois membros de sua família chamados para ajudar na limpeza do imóvel foram "hospitalizados com urgência" no domingo passado (26).
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"Uma vez no interior do apartamento, quando estavam arrumando a roupa e limpando as estantes no armário do dormitório, sentiram enjoos, coceira forte na garganta e nos olhos e dificuldades para respirar", afirma o advogado.
Como os sintomas persistiram, segundo Beraldi, os funcionários foram internados no Hospital de Clínicas, em Buenos Aires. Ainda de acordo com ele, exames médicos constataram que os sintomas tiveram origem em um "tóxico de contato".
Cristina Kirchner não retornará ao apartamento, situado no bairro de Recoleta, até que se realize uma avaliação "sobre o lugar e as coisas que foram objeto de manipulação". O imóvel, assim como duas casas, em Río Gallegos e Calafate, passou por uma operação policial na última quinta, por ordem do juiz Claudio Bonadio, no âmbito de um inquérito de corrupção.
A ex-presidente é suspeita de ter chefiado um esquema de "associação ilícita" para arrecadar fundos por meio de propinas pagas por empresários para garantir contratos de obras públicas em seu governo (2007-2015) e no de seu marido, o falecido Néstor Kirchner (2003-2007).
O chefe da Polícia Federal, Néstor Roncaglia, negou a existência de substâncias tóxicas no apartamento de Cristina.
"Não se usou nenhum tipo de químico. Não foram deixados tóxicos sob nenhum ponto de vista. Estamos todos loucos? A polícia não será envolvida nesse tipo de atividade ilegal", disse. Roncaglia ainda se ofereceu para ir ao imóvel e garantiu que a operação foi realizada "de acordo com a legalidade". (ANSA)