EUA difamam para dar golpe na Venezuela, diz Maduro
O presidente venezuelano diz não ter dúvida de que o governo americano quer derrubá-lo
© Marco Bello/Reuters
Mundo Relação
O ditador venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou na noite desta segunda (10) que não existem mais dúvidas que o governo americano quer derrubá-lo, em sua primeira manifestação pública após jornal o The New York Times ter revelado um encontro entre militares rebeldes do regime e representantes de Washington.
A notícia do jornal americano e as preocupações manifestadas pelos governos de Brasil e Colômbia fazem parte de uma "campanha mundial de difamação para justificar que na Venezuela se dê algum evento extraordinário fora da Constituição: um golpe de Estado como denuncia o New York Times", disse Maduro a jornalistas.
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"Confissão das partes, provas. Quantas vezes o presidente Nicolás Maduro denunciou ingerência brutal e criminosa dos fatores imperiais contra a Venezuela", afirmou em entrevista coletiva o ministro da Comunicação, Jorge Rodríguez.
Ele acusou ainda a imprensa internacional de minimizar as denúncias do governo. Segundo o ministro, as notícias que mostram a crise humanitária causada pelos problemas econômicos que o país passa não passam de montagens para justificar uma agressão dos Estados Unidos.
"Tentaram instalar um expediente de crise humanitária (...). É evidente, é óbvio que a intenção foi intensificar a agressão de diferentes formas que o governo dos Estados Unidos vem desenvolvendo", afirmou.
O New York Times informou no sábado (8) que diplomatas americanos se reuniram várias vezes secretamente com militares venezuelanos que planejavam um golpe contra Maduro.
As reuniões incluíram um ex-comandante militar venezuelano que aparece na lista de sancionados pelo governo americano.
Mas os Estados Unidos não deram qualquer apoio material aos dissidentes apesar de seus pedidos, e os planos de um golpe fracassaram após a recente prisão de dezenas de militares rebeldes, apontou o NYT.
O presidente Donald Trump já declarou que os Estados Unidos tem "uma opção militar" na Venezuela, o que foi condenado por aliados americanos na América Latina.
O governo venezuelano convocou uma marcha para esta terça-feira (11) contra "o imperialismo", e vinculou as reuniões secretas entre militares dissidentes e diplomatas americanos ao frustrado atentado com drone contra Maduro em 4 de agosto em um desfile militar. Com informações da Folhapress.