Nobel da Paz é entregue desde 1901; veja quem foram os ganhadores
A maioria dos premiados é considerada incontestável por sua contribuição para a paz no mundo tendo finalizado ou mediado guerras e conflitos
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Mundo Prêmio
Láurea mais importante para dirigentes mundiais, o Prêmio Nobel da Paz passou a ser entregue pelo comitê das famílias reais da Suécia e da Noruega desde 1901. A maioria dos premiados é considerada incontestável por sua contribuição para a paz no mundo tendo finalizado ou mediado guerras e conflitos.
A comissão julgadora, porém, é questionada pela escolha de alguns dos premiados, como o ex-presidente dos EUA Barack Obama (2009) em seu primeiro ano de mandato e a União Europeia (2012) no momento em que o bloco era mais questionado.
Veja a seguir quem foram os ganhadores do Nobel da Paz.
2017
Campanha Internacional para Abolir Armas Nucleares (Ican)
Coalizão formada por 468 organizações da sociedade civil sediadas em 101 países diferentes foi reconhecida por atuar na implementação do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares
2016
Juan Manuel Santos (Colômbia)
Reconhecido por seu papel no acordo de paz com as Farc que pôs fim ao conflito de mais de 50 anos. O processo, porém, está ameaçado pelas dissidências da ex-guerrilha e deve ser modificado por seu sucessor, Iván Duque, eleito em agosto de 2018.
2015
Quarteto para o Diálogo Nacional da TunísiaPor sua contribuição decisiva na construção de uma sociedade plural no país
2014
Malala Yousafzai (Paquistão) e Kailash Satyarthi (Índia)
A jovem paquistanesa e o indiano foram premiados pela defesa dos direitos das crianças e à educação
2013
Organização para a Proibição de Armas Químicas
Sediada na Holanda, foi premiada por sua defesa da proibição de armas químicas
2012
União Europeia
Por mais de seis décadas contribuindo para a promoção da paz e reconciliação, democracia e direitos humanos na Europa; prêmio foi entregue no momento em que bloco era questionado por austeridade e desequilíbrio
2011
Ellen Johnson Sirleaf e Leymah Gbowee (Libéria) e Tawakkol Karman (Iêmen)
As três mulheres foram premiadas pela luta não violenta pela seguranças das mulheres e por seu direito de participação plena em processos de paz
2010
Liu Xiaobo (China)
Ativista foi premiado por sua luta longa e não violenta pelos direitos humanos em seu país; morreu em dezembro de 2017, sem receber a láurea
2009
Barack Obama (EUA)
Em seu primeiro ano, foi reconhecido por reforçar a diplomacia internacional e a cooperação entre as pessoas, mas no resto do mandato manteve as guerras no Iraque e no Afeganistão e interveio na Síria e na Líbia
2008
Martti Ahtisaari (Finlândia)
Diplomata e ex-presidente foi premiado por sua atuação por mais de 30 anos em resolver conflitos internacionais
2007
Al Gore e Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas dos EUA
Premiados pela disseminação de conhecimento sobre as mudanças climáticas
2006
Muhammad Yunus e Grameen Bank (Bangladesh)
Economista e diretor do Banco Grameen, especializado em micro crédito, pelo esforço de criar desenvolvimento econômico e social para os mais pobres
2005
Agência Internacional de Energia Atômica e Mohamed ElBaradei (Egito)
O diplomata e a agência da qual foi diretor foram premiados por seu trabalho em prevenir o uso de energia nuclear para fins militares e garantir que seu uso para fins pacíficos seja feito da forma mais segura possível
2004
Wangari Muta Maathai (Quênia)
Ativista foi premiada por suas contribuições ao desenvolvimento sustentável, à democracia e à paz
2003
Shirin Ebadi (Irã)
Defensora dos direitos das mulheres e das crianças, a advogada e ex-juíza foi premiada por seu trabalho de promoção dos direitos humanos e da democracia
2002
Jimmy Carter (EUA)
O presidente americano teve atuação decisiva no Acordo de Camp David e foi reconhecido pelo trabalho de solução pacífica de conflitos internacionais, promoção da democracia e dos direitos humanos
2001
Organização das Nações Unidas e Kofi Annan (Gana)
2000
Kim Dae-jung (Coreia do Sul)
1999
Médicos Sem Fronteiras (MSF)
1998
John Hume e David Trimble (Irlanda do Norte)
1997
Campanha Internacional para Eliminação de Minas Terrestres e Jody Williams
1996
Carlos Filipe Ximenes Belo e José Ramos-Horta (Timor-Leste)
1995
Joseph Rotblat e Conferências Pugwash sobre Ciências e Negócios Mundiais (Polônia)
1994
Yasser Arafat (territórios palestinos), Shimon Peres e Yitzhak Rabin (Israel)
Os três ganharam o Nobel da Paz devido aos acordos de Oslo, que pretendia retomar as negociações para a instalação de um Estado palestino. Desde então, porém, o diálogo não teve resultado. Rabin seria morto por um extremista judeu em 1995 e, cinco anos depois, haveria a Segunda Intifada. Israelenses e palestinos voltariam a se enfrentar outras vezes, sendo a última em 2014. Arafat morreria envenenado em 2004 e Peres, em 2016, de causas naturais.
1993
Nelson Mandela e Frederik Willem de Klerk (África do Sul)
O líder do movimento negro sul-africano e o último presidente do apartheid ganharam o prêmio devido ao fim da política racial e às negociações para a refundação política do país.
1992
Rigoberta Menchú Tum (Guatemala)
1991
Aung San Suu Kyi (Mianmar)
Foi laureada devido à sua prisão arbitrária depois da anulação da eleição pela junta militar que controlava o país e na qual seu partido havia sido vencedor. Ela ficaria no cárcere por um período total de 15 anos entre 1989 a 2010, quando foi libertada em definitivo. Tornou-se líder de fato do país em 2015, após seu partido dominar o Parlamento. Dois anos depois, porém, seria questionada pela repressão à minoria muçulmana rohingya, que levou ao êxodo de 600 mil pessoas e que a ONU chamaria de limpeza étnica, tendo pedidos para que seu Nobel da Paz fosse retirado. O comitê do prêmio decidiu mantê-lo.
1990
Mikhail Gorbatchev (então União Soviética, hoje Rússia)
O ex-líder soviético premiado por sua liderança no processo de paz que caracteriza partes importantes da comunidade internacional, em referência à Perestroika, que deu fim à Guerra Fria. Ele deixaria o cargo em 1991.
1989
Tenzin Gyatso, o 14º dalai-lama (Tibete)
1988
Forças de Manutenção da Paz das Nações Unidas
1987
Óscar Arias Sánchez (Costa Rica)
1986
Elie Wiesel (Romênia-EUA)
1985
Médicos Internacionais para a Prevenção da Guerra Nuclear
1984
Desmond Mpilo Tutu (África do Sul)
1983
Lech Walesa (Polônia)
1982
Alva Myrdal (Suécia) e Alfonso García Robles (México)
1981
Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur)
1980
Adolfo Pérez Esquivel (Argentina)
1979
Madre Teresa de Calcutá (Macedônia-Índia)
Religiosa recebeu o prêmio "pelo trabalho realizado na luta por superar a pobreza e a angústia, que também constituem uma ameaça à paz". Ela, porém, foi questionada anos depois pela falta de remédios e insumos médicos nas casas que mantinha na Índia.
1978
Mohamed Anwar al-Sadat (Egito) e Menachem Begin (Israel)
1977
Anistia Internacional
1976
Betty Williams e Mairead Corrigan (Irlanda do Norte)
1975
Andrei Dmitrievich Sakharov (Rússia)
1974
Seán MacBride (Irlanda) e Eisaku Sato (Japão)
1973
Henry A. Kissinger (EUA) e Le Duc Tho (Vietnã)
Os dois foram premiados devido a um cessar-fogo na Guerra do Vietnã atingido em janeiro daquele ano, embora o conflito tenha terminado oficialmente em 1975. No entanto, o secretário de Estado na mesma época os EUA realizavam a Operação Condor e bombardeavam o Camboja.
1972
Não houve laureados
1971
Willy Brandt (Alemanha)
1970
Norman E. Borlaug (EUA)
1969
Organização Internacional do Trabalho (OIT)
1968
René Cassin (França)
+ 'Racista, homofóbico e misógino', diz jornal francês sobre Bolsonaro
1967
Não houve laureados
1966
Não houve laureados
1965
Unicef
1964
Martin Luther King Jr. (EUA)
O líder da luta pelos direitos civis nos EUA foi laureado um ano depois do discurso "I have a dream", que reuniu 250 mil pessoas, enquanto ele ainda era observado pelo FBI na lista de suspeitos de comunismo. Luther King seria morto em 1968.
1963
Comitê Internacional da Cruz Vermelha e Liga Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha
1962
Linus Carl Pauling (EUA)
1961
Dag Hjalmar Agne Carl Hammarskjöld (Suécia)
1960
Albert John Lutuli (África do Sul)
1959
Philip J. Noel-Baker (Reino Unido)
1958
Georges Pire (Bélgica)
1957
Lester Bowles Pearson (Canadá)
1956
Não houve laureados
1955
Não houve laureados
1954
Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur)
1953
George Catlett Marshall (EUA)
1952
Albert Schweitzer (França-Alemanha)
1951
Léon Jouhaux (França)
1950
Ralph Bunche (EUA)
1949
Lord (John) Boyd Orr of Brechin (Escócia)
1948
Não houve laureados
1947
Conselho da Sociedade dos Amigos (Quakers) e Comitê Americano da Sociedade dos Amigos (Quakers)
1946
Emily Greene Balch e John Raleigh Mott (EUA)
1945
Cordell Hull (EUA)
1944
Comitê Internacional da Cruz Vermelha
1943
Não houve laureados (Segunda Guerra Mundial)
1942
Não houve laureados (Segunda Guerra Mundial)
1941
Não houve laureados (Segunda Guerra Mundial)
1940
Não houve laureados (Segunda Guerra Mundial)
1939
Não houve laureado (Segunda Guerra Mundial)
1938
Comitê Internacional Nansen para Refugiados
1937
Robert Cecil (Reino Unido)
1936
Carlos Saavedra Lamas (Argentina)
1935
Carl von Ossietzky (Alemanha)
1934
Arthur Henderson (Reino Unido)
1933
Ralph Lane (EUA)
1932
Não houve laureados
1931
Jane Addams e Nicholas Murray Butler (EUA)
1930
Nathan Söderblom (Suécia)
1929
Frank Billings Kellogg (EUA)
1928
Não houve laureados
1927
Ferdinand Buisson (França) e Ludwig Quidde (Alemanha)
1926
Aristide Briand (França) e Gustav Stresemann (Alemanha)
1925
Austen Chamberlain (Reino Unido) e Charles Gates Dawes (EUA)
1924
Não houve laureados
1923
Não houve laureados
1922
Fridtjof Nansen (Noruega)
1921
Karl Hjalmar Branting (Suécia) e Christian Lous Lange (Noruega)1920Léon Victor Auguste Bourgeois (França)
1919
Thomas Woodrow Wilson (EUA)
1918
Não houve laureados (Primeira Guerra Mundial)
1917
Comitê Internacional da Cruz Vermelha
1916
Não houve laureados (Primeira Guerra Mundial)
1915
Não houve laureados (Primeira Guerra Mundial)
1914
Não houve laureados (Primeira Guerra Mundial)
1913
Henri La Fontaine (Bélgica)
1912
Elihu Root (EUA)
1911
Tobias Michael Carel Asser (Holanda) e Alfred Hermann Fried (Áustria)
1910
Gabinete Internacional Permanente para a Paz
1909
Auguste Marie François Beernaert (Bélgica) e Estournelles de Constant (França)
1908
Klas Pontus Arnoldson (Suécia) e Fredrik Bajer (Dinamarca)
1907
Ernesto Teodoro Moneta (Itália) e Louis Renault (França)
1906
Theodore Roosevelt (EUA)
1905
Bertha von Suttner (Áustria)
1904
Instituto de Direito Internacional
1903
William Randal Cremer (Reino Unido)
1902
Élie Ducommun e Charles Albert Gobat (Suíça)
1901
Jean Henry Dunant (Suíça) e Frédéric Passy (França)
Com informações da Folhapress.