Turquia diz que morte de jornalista não será acobertada
'Não é possível que a Arábia Saudita rasteje para longe desse crime se ele for confirmado', diz Numan Kurtulmus, vice-diretor do partido de Erdogan
© Osman Orsal / Reuters
Mundo Justiça
Autoridades turcas disseram neste sábado (20) que não vão permitir que a morte de Jamal Khashoggi seja acobertada, depois de a Arábia Saudita ter confirmado na sexta (19) que o jornalista morreu no consulado do país em Istambul.
"A Turquia nunca vai permitir um acobertamento", disse Numan Kurtulmus, vice-diretor do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), do presidente Recep Tayyip Erdogan. "Não é possível que a Arábia Saudita rasteje para longe desse crime se ele for confirmado", disse.
Leyla Sahin Usta, da área de direitos humanos do partido, disse que o reino saudita deveria ter dado uma explicação para a morte do jornalista "antes da situação chegar a esse ponto".
A Anistia Internacional criticou a Arábia Saudita neste sábado, dizendo que a explicação sobre a morte de Khashoggi era uma tentativa de disfarçar "um assassinato chocante".
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"As conclusões da investigação por autoridades sauditas, afirmando que Khashoggi morreu em uma 'briga' dentro do consulado, não são críveis e marcam um novo ponto baixo no histórico de direitos humanos da Arábia Saudita", disse o grupo.
Na sexta, o presidente americano, Donald Trump, havia dito que a prisão de suspeitos da morte pela Arábia Saudita -o reino disse que prendeu 18 pessoas- era "um bom primeiro passo" e que acredita na explicação dos sauditas para a morte de Khashoggi.
Jamal Khashoggi, crítico do regime saudita e colaborador do Washington Post, foi ao consulado de Istambul em 2 de outubro para retirar documentos e nunca mais foi visto. Sua noiva, que o acompanhava, afirma que ele nunca saiu de lá. COm informações da Folhapress.