País que tiver míssil dos EUA será alvo, diz Putin
Putin disse que espera que os EUA não posicionem mísseis de médio alcance, que eram banidos pelo acordo, na Europa
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Mundo Ameaça
O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta quarta-feira (24) que, caso os Estados Unidos passem a manter mísseis de médio alcance na Europa, a Rússia terá como alvo as nações que hospedarem as armas.
A ameaça vem depois do presidente americano Donald Trump anunciar que pretende tirar seu país de acordo de 1987 para o controle de armas nucleares. Ele afirma que a Rússia violou o acordo.
O Tratado de Forças Nucleares de Médio Alcance (INF, na sigla em inglês), negociado pelo então presidente americano Ronald Reagan e pelo líder soviético Mikhail Gorbatchov, suprime o uso de uma série de mísseis com alcance entre 500 e 5.000 km.
Putin disse que espera que os EUA não posicionem mísseis de médio alcance, que eram banidos pelo acordo, na Europa, já que isso repetiria a situação dos anos 1980, na Guerra Fria, quando União soviética e EUA tinham esse tipo de arma no continente.
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"Se [essas armas] forem colocadas na Europa, naturalmente responderemos na mesma moeda", disse Putin. "As nações europeias que concordarem com isso devem entender que vão expor seu território à ameaça de um ataque retaliatório. Não entendo porque deveríamos colocar a Europa em tamanho perigo."
O secretário-geral da Otan (aliança militar ocidental), Jens Stoltenberg, disse que os membros da organização culpam a Rússia por desenvolver um míssil que viola os termos do INF, mas afirmou que não espera que os países-membros da Otan aumentem seus arsenais nucleares na Europa em resposta a isso.
Putin voltou a negar que a Rússia tenha violado os termos do INF e disse que foram os EUA quem o fizeram. Ele afirmou que instalações militares dos EUA na Romênia têm mísseis capazes de operação de médio alcance caso seja feita alteração de software.
Por fim, o presidente russo disse que espera discutir a questão com Trump em Paris no próximo dia 11 de novembro, quando os dois participarão de eventos para comemorar os cem anos do fim da 1ª Guerra Mundial.
O governo Trump afirma que vai sair do pacto também porque a China não é signatária do INF e detém o tipo de míssil banido. Com informações da Folhapress.