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Familiares de marinheiros de submarino argentino exigem saber a verdade

Um dos pais dos marinheiros, Juan Aramayo, defendeu que o equipamento naufragado tem que ser retirado do mar "para ver o que está lá dentro".

Familiares de marinheiros de submarino argentino exigem saber a verdade
Notícias ao Minuto Brasil

13:16 - 17/11/18 por Lusa

Mundo Buenos Aires

Os familiares dos 44 tripulantes do submarino argentino San Juan, encontrado neste sábado (17), no fundo do Atlântico, mais de um ano depois de ter desaparecido, exigem que o aparelho seja recuperado para saber a verdade sobre o que aconteceu.

Em declarações aos jornalistas no Mar da Prata, onde se localiza a base do submarino, um dos pais dos marinheiros, Juan Aramayo, defendeu que o equipamento naufragado tem que ser retirado do mar "para ver o que está lá dentro".

"Queremos que o recuperem, saber a verdade, porque é que isto aconteceu", afirmou à porta do hotel onde se concentraram muitos dos familiares dos tripulantes, que estavam em Mar del Plata para assinalar o aniversário do desaparecimento do San Juan, na quinta-feira (15).

"O Ministério da Defesa e a Marinha da Argentina informam que a investigação do ponto número 24 pelo [navio responsável pelas buscas] Ocean Infinity, a 800 metros de profundidade, permitiu a localização positiva do ARA San Juan", pode ler-se numa publicação na rede social Twitter.

Questionado sobre a quase coincidência das datas do aniversário e do anúncio da descoberta, Aramayo afirmou não saber "se é um acaso ou se [a marinha e a empresa] já sabiam". "Nós sentimos que o Governo já sabia e que estava a encobrir", admitiu, pedindo "verdade e justiça" e que sejam "encontrados os culpados desta tremenda tragédia".

+ ARA San Juan: veja quem eram os tripulantes do submarino argentino

A Armada argentina afirmou que, com a descoberta do submarino, "se abre outro capítulo" para esclarecer o que se passou "com a cautela necessária" por respeito às famílias. O porta-voz da Marinha, Rodolfo Ramallo, garantiu que a instituição estará "sempre à disposição da Justiça para poder esclarecer o que se passou".

As autoridades esperam que a empresa encarregada das buscas lhes entregue imagens concretas da descoberta do San Juan, para as poder divulgar.

A juíza Marta Yáñez, que conduz a investigação judicial, afirmou que agora acabam os "milhões de especulações" sobre o desaparecimento do submarino, como as teorias de que estaria sequestrado nas Malvinas ou teria sido desmontado para sucata.

Com as imagens, poder-se-á sair do campo das teorias e os peritos poderão analisá-las para perceber o sucedido. No momento, são desconhecidos pormenores sobre o estado em que o submarino foi encontrado ou os próximos passos a dar.

Vários representantes políticos, do Senado aos partidos, prestaram homenagem aos marinheiros que morreram e enviaram mensagens de apoio aos seus familiares.

A 15 de novembro de 2017, o submarino, de fabrico alemão, comunicou pela última vez a sua posição, quando regressava desde o porto austral de Ushuaia à sua base, no mar da Prata. Com informações da Lusa.

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