Vinte e oito 'coletes amarelos' foram detidos e 47 foram ouvidos
A procuradoria de Paris confirmou hoje a detenção de 28 "coletes amarelos" e anunciou que 47 das 103 pessoas detidas nos incidentes de sábado na capital francesa
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Mundo França
Os "coletes amarelos" são um movimento cívico à margem de partidos e sindicatos, criado nas redes sociais e alimentado pelo descontentamento da classe média-baixa, designadamente pelos aumentos dos combustíveis.
Michel Delpuech, disse que 27 pessoas serão ouvidas ainda hoje em tribunal, por conta dos incidentes resultantes da manifestação de sábado, o chefe da polícia de Paris.
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Vinte e cinco detidos foram libertados e três receberam uma intimação do tribunal criminal, de acordo com a procuradoria de Paris.
No sábado, a manifestação dos "coletes amarelos" na Champs-Élysées, em Paris, deu origem a uma jornada marcada pela violência e estragos materiais.
"Essa situação não tem precedentes. Por um lado, pelo caráter totalmente improvisado - sem organizador, sem interlocutor -- e também é inédita pela duração do evento", disse Delpuech.
"Os grupos foram largamente infiltrados, inspirados e manipulados por membros da extrema-direita (...)", acrescentou o chefe da polícia, sem avançar mais detalhes.
Um total de 103 pessoas, entre as quais cinco menores, foram detidas no sábado, e 101 ficaram sob custódia policial.
"Mais de três quartos" dos 103 detidos, "são pessoas que vieram de diferentes cidades das províncias de uma forma um tanto isolada, não têm presença regular em Paris", salientou Delpuech.
Para fazer face à manifestação, a polícia usou no sábado 5.000 granadas de gás lacrimogêneo, "mais de uma por minuto é inédito", segundo o Delpuech, e os bombeiros extinguiram "mais de uma centena de incêndios".
"O número de vítimas é de 31 pessoas feridas, 24 entre os manifestantes, um mais seriamente na mão - provavelmente por querer pegar uma granada - e sete entre a polícia, dos quais um ficou gravemente ferido", sublinhou o chefe da polícia.
O movimento dos "coletes amarelos" surgiu inicialmente como protesto contra o aumento dos combustíveis, mas alargou o descontentamento em relação a várias medidas do Presidente francês, Emmanuel Macron. Com informações da Lusa.