Ucrânia barra entrada de homens russos em seu território
O parlamento ucraniano aprovou, a pedido do presidente Petro Poroshenko, a imposição de lei marcial no país por 30 dias
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A Ucrânia anunciou nesta sexta-feira (30) que vai barrar a entrada de homens russos em idade de combate, de 16 a 60 anos, em seu território, em mais um capítulo da tensão entre os países após a captura de barcos ucranianos pela Rússia.
Militares russos abriram fogo contra e capturaram no domingo (25) três embarcações da Ucrânia que tentavam entrar no mar de Azov pelo estreito de Kertch, perto da península da Crimeia, que a Rússia anexou da Ucrânia em 2014. Os 24 marinheiros dos barcos foram detidos.
Na segunda-feira (26), o parlamento ucraniano aprovou, a pedido do presidente Petro Poroshenko, a imposição de lei marcial no país por 30 dias nas regiões do país consideradas mais vulneráveis a ataques russos.
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A hostilidade entre Rússia e Ucrânia vem aumentando desde a anexação da Crimeia; Moscou também vem apoiando rebeldes separatistas no leste do país vizinho, onde o conflito já matou ao menos 10 mil pessoas desde 2014.
Poroshenko disse que a proibição da entrada de homens russos é para "prevenir a formação de exércitos particulares pela Federação Russa".
Segundo o serviço de fronteiras da Ucrânia, haverá exceções humanitárias à proibição. No entanto, autoridades disseram que pode haver anúncio de mais restrições a cidadãos russos que moram no país.
Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, disse que o país não vai impor medidas similares para barrar ucranianos e afirmou que a medida da Ucrânia prejudica cidadãos comuns.
Nesta quinta-feira (29), o presidente americano, Donald Trump, cancelou reunião que teria com o presidente russo, Vladimir Putin, durante a reunião da cúpula do G20 em Buenos Aires devido ao incidente com as embarcações ucranianas.
A captura dos barcos vem levando a críticas ao governo russo e a pedidos de que sejam adotadas mais sanções contra o país. Nesta quinta, a primeira-ministra britânica, Theresa May, disse que apoiaria "sanções apropriadas" e pediu que a Rússia libere os barcos e os marinheiros.
Os EUA e a União Europeia impõem sanções à Rússia desde 2014, após a anexação da Crimeia.