Polícia identifica autor de ataque em mercado de Natal na França
Homem identificado como Cherif C., de 29 anos, matou 2 e feriu 14 pessoas
© Christian Hartmann / Reuters
Mundo Estrasburgo
Um ataque a tiros deixou pelo menos 2 mortos e 14 feridos na noite desta terça-feira (11), em Estrasburgo (França), perto da fronteira com a Alemanha.
O episódio aconteceu nos arredores de um mercado de Natal, evento muito frequentado na Europa, pouco antes das 20h (17h em Brasília).
O autor dos disparos, segundo fontes ouvidas pelo jornal Figaro, é um homem identificado como Cherif C., de 29 anos, natural da cidade e monitorado pelos serviços de inteligência franceses.
Na manhã da terça, a polícia esteve na casa dele para uma operação de busca e apreensão ligada à investigação de um assalto. O homem não estava no endereço, e os agentes encontraram ali granadas.
Após o ataque, que se estendeu a ao menos três pontos do centro de Estrasburgo, ele fugiu ainda armado e foi atingido por um tiro dado por um policial.
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Às 23h (20h em Brasília), de acordo com a TV francesa, um grupo de policiais o havia encurralado, mas o homem ainda não tinha se entregado.
A polícia de Paris já abriu investigação do caso, mencionando possível relação do suspeito com grupos terroristas.
Por causa da fuga dele, a prefeitura e a polícia de Estrasburgo pediram à população que não saísse de casa.
O Parlamento Europeu, que tem uma de suas sedes na cidade, ficou trancado, e várias pessoas relataram estar confinadas em bares, cinemas, bibliotecas e lojas do centro.
O presidente da Comissão Europeia, que havia feito um pronunciamento pela manhã na Casa, condenou o atentado. "Estrasburgo é, por excelência, uma cidade símbolo da paz e da democracia europeias, valores que defenderemos sempre."
O ministro do Interior, Christophe Castaner, chegou à cidade pouco tempo depois do ataque para acompanhar a perseguição ao homem.
O caso lembra o ataque a um mercado natalino em Berlim, em dezembro de 2016. Na ocasião, um caminhão foi jogado contra visitantes do evento, e 12 pessoas morreram.
A França tem um complicado histórico recente de atentados terroristas. Em janeiro de 2015, os irmãos Saïd e Chérif Kouachi invadiram a redação do jornal satírico Charlie Hebdo, em Paris, e mataram 12 pessoas. No dia seguinte, um comparsa deles matou uma policial, na véspera de adentrar um mercado kosher, fazer reféns e matar outras quatro pessoas.
Alguns meses depois, em 13 de novembro, uma sequência de ataques na periferia e em bairros boêmios da capital francesa deixou 130 mortos.
Por fim, em 2016, nas comemorações do 14 de julho (a grande festa nacional francesa), um homem ao volante de um caminhão invadiu uma via à beira-mar reservada a pedestres e fez 86 vítimas.
Por causa dos episódios de 2015, o governo decretou estado de emergência no país, medida que foi estendida diversas vezes e perdurou até outubro de 2017.
O dispositivo habilita a polícia a conduzir algumas operações sem necessidade de autorização judicial prévia e simplifica a interdição de manifestações populares e a imposição de toques de recolher, entre outras restrições. Com informações da Folhapress.