Cardeal é condenado por abuso sexual na Austrália, dizem fontes
George Pell torna-se a mais alta autoridade do Vaticano a enfrentar tal punição
© Mark Dadswell / Reuters
Mundo Segredo
O cardeal George Pell foi condenado na Austrália por acusações de abuso sexual, segundo duas fontes próximas ao caso e relatos da mídia local, tornando-se a mais alta autoridade do Vaticano a enfrentar tal condenação.
No entanto, a imposição de segredo de justiça sobre o caso impediu que os detalhes da condenação fossem conhecidos.
Pell, que se declarou inocente, foi licenciado de seu posto no Vaticano, o terceiro mais alto na hierarquia da Igreja Católica, para enfrentar o processo judicial. Ele era tesoureiro do Vaticano.
O Vaticano não se manifestou sobre o caso nesta quarta-feira (13). Em outubro, a Santa Sé anunciou que o papa Francisco havia removido Pell do grupo conhecido como Conselho dos Cardeais. Na ocasião, o cardeal chileno Francisco Javier Errázuriz Ossa, acusado de acobertamento de casos de abuso, também foi afastado.
Os procedimentos de sentenciamento começam em fevereiro, informou o Washington Post, citando uma fonte judicial australiana. Pell também será julgado por outras acusações.
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Pell é o segundo caso de abuso supostamente cometido por membros da Igreja Católica a chegar às manchetes nos últimos dias. Na semana passada, o ex-arcebispo de Adelaide Philip Wilson foi absolvido por uma corte de apelação por acusações de que teria ajudado a acobertar abusos contra dois coroinhas por um padre.
O cardeal é acusado de "ofensas sexuais históricas", o que significa que elas ocorreram décadas atrás, mas os detalhes das queixas (incluindo o nome dos acusadores) não foram tornados públicos.
Segundo a polícia, os casos são antigos, sendo que alguns aconteceram há mais de 40 anos.
A condenação de Pell foi primeiro noticiado pelo site Daily Beast, segundo o qual as acusações são relacionadas ao abuso de dois coroinhas nos anos 1990.
"Uma pessoa de alta projeção foi condenada na terça-feira [12] de um crime sério, mas não somos capazes de informar sua identidade devido a uma ordem de supressão", escreveu o jornal The Age, de Melbourne.
De acordo com o jornal, a pessoa "foi condenada em uma segunda tentativa, depois que o júri em um julgamento anterior não conseguiu chegar a um veredicto".
Um juiz no Tribunal do Condado de Victoria pediu a ordem de restrição neste ano como meio de "impedir um risco real e substancial de dano à administração da justiça". Com informações da Folhapress.