Após ganhar sobrevida, May vai a Bruxelas revisar 'brexit'
Primeira-ministra quer garantias sobre mecanismo do "backstop"
© Piroschka Van De Wouw/Reuters
Mundo Bélgica
Após ter conseguido se segurar no cargo de primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May chegou nesta quinta-feira (13) em Bruxelas, na Bélgica, para tentar convencer os líderes da União Europeia a alterar o acordo do Brexit.
May, que participa da reunião do Conselho Europeu, principal órgão político do bloco, quer garantias de que o "backstop" não será definitivo. O mecanismo prevê a manutenção de uma fronteira aberta entre a Irlanda do Norte, território britânico, e a República da Irlanda, membro da UE, caso os dois lados demorem a aprovar um futuro tratado comercial.
O "backstop", contudo, poderia criar uma espécie de fronteira entre a Irlanda do Norte e o restante do Reino Unido. O acordo do Brexit prevê um período de transição entre 29 de março de 2019, data do "divórcio", e 31 de dezembro de 2020, prorrogável por mais um ano. Durante esse espaço de tempo, Bruxelas e Londres tentariam negociar um acordo comercial.
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Caso não se chegasse a um consenso no período de transição, as Irlandas continuariam com fronteiras abertas, o que faria com que produtos britânicos fossem submetidos a controles no Ulster.
A ausência de fronteira rígida entre as Irlandas é um dos princípios do acordo de paz de 1998.
Um rascunho do documento de conclusão da cúpula do Conselho Europeu, no entanto, ressalta que o "backstop" é apenas um mecanismo de "garantia" para evitar barreiras entre as Irlandas.
"É firme a determinação da UE de trabalhar rapidamente para estabelecer, até 31 de dezembro de 2020, um novo compromisso sobre as relações futuras, de modo que o backstop não seja ativado", diz o texto ao qual a ANSA teve acesso.
O acordo do Brexit devia ter sido votado no Parlamento britânico na última terça-feira (11), mas o governo pediu o adiamento da sessão porque havia a perspectiva de uma derrota contundente. Na sequência, parlamentares do Partido Conservador apresentaram uma moção para tirar May da liderança da legenda, mas o texto acabou rechaçado na última quarta (12).
"Ontem foi um dia difícil, e sou grata pelo importante apoio recebido", disse May ao chegar em Bruxelas. Uma nova tentativa de votação no Parlamento do Reino Unido não ocorrerá antes de 7 de janeiro. (ANSA)