'Coletes amarelos' protestam hoje pelo quinto sábado consecutivo
Após quatro sábados de mobilização, três dos quais marcados por graves distúrbios e violência, que deixaram o Governo em dificuldades, alguns defendem agora um apaziguamento
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Mundo França
Os "coletes amarelos" saem hoje às ruas da França pelo quinto sábado consecutivo para exigir melhores condições de vida, apesar de medidas já anunciadas pelo Presidente, Emmanuel Macron, como o aumento do salário mínimo.
Ignorando o apelo feito na sexta-feira(14) por Macron, segundo quem o país "precisa de calma, de ordem, de retomar ao funcionamento normal" e "o diálogo não se faz com a ocupação do espaço público e com a violência", os "coletes amarelos", mobilizados há um mês contra a política governamental para exigir mais justiça social, convocaram para hoje novas concentrações em Paris e outras cidades francesas.
E isso, apesar dos anúncios feitos na segunda-feira pelo chefe de Estado, entre os quais se incluem um aumento de 100 euros do salário mínimo e a isenção de impostos para as reformas baixas.
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"Este é precisamente o momento em que não devemos ceder, devemos continuar", publicou na quinta-feira um dos iniciadores do movimento, Eric Drouet, num vídeo na rede social Facebook.
"O que Macron fez na segunda-feira é um apelo para que continuemos, porque ele está começando a ceder alguma coisa e, vindo dele, isso não é comum", acrescentou.
No Facebook, o principal canal de mobilização do movimento, os muitos apelos para manifestações pelo quinto sábado consecutivo reúnem vários milhares de participantes.
Após quatro sábados de mobilização, três dos quais marcados por graves distúrbios e violência, que deixaram o Governo em dificuldades, alguns defendem agora um apaziguamento.
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O coletivo dos "coletes amarelos livres", considerado mais moderado que o "canal histórico", apela para "uma trégua", defendendo que "chegou a altura de dialogar".
Seis pessoas morreram e centenas ficaram feridas durante os bloqueios de ruas e manifestações realizados desde 17 de novembro.
Segundo a Amnistia Internacional, 1.407 foram feridas durante os protestos, 46 das quais com gravidade, e 717 foram agentes da polícia, da guarda e bombeiros.
A organização de defesa dos direitos humanos denunciou o uso excessivo de força pela polícia, que disparou balas de borracha e lançou granadas de fumaça e gás lacrimogêneo sobre os manifestantes "que não estavam ameaçando a ordem pública" e condenou também a violência de que muitos jornalistas relataram terem sido vítimas, em "ataques deliberados".
Após o atentado terrorista ocorrido na terça-feira à noite em Estrasburgo, que fez quatro mortos e 12 feridos, houve diversos apelos para que a contestação social fosse suspensa enquanto ocorria a caça ao homem que abriu fogo sobre a multidão no mercado de Natal daquela cidade e depois conseguiu fugir, após uma troca de tiros com um militar.
Mas, como o autor do ataque, Chérif Chekatt, de 29 anos, foi abatido na quinta-feira pela polícia, esse argumento para a suspensão dos protestos deixou de se aplicar.
Assim, em Paris, para enfrentar o risco de violência, o presidente da câmara anunciou um forte dispositivo de segurança: 8.000 agentes policiais e 14 veículos blindados serão hoje destacados para a capital.
Além disso, haverá revistas nas estradas, estações ferroviárias e transportes públicos com destino a Paris, e
Os acessos a instituições como o Palácio do Eliseu, o Hôtel Matignon (residência oficial do primeiro-ministro), a Assembleia Nacional e o Ministério do Interior serão protegidos. Com informações da Lusa.