Maduro diz que milícia civil da Venezuela chega a 1,6 milhão de membros
Presidente também afirmou que seus integrantes serão armados "até os dentes" para proteger o país de ataques estrangeiros
© Handout . / Reuters
Mundo Discurso
O ditador venezuelano Nicolás Maduro disse nesta segunda (17) que a milícia civil criada para auxiliar os militares chegou a 1,6 milhão de membros, mais do que o triplo do que tinha em abril, e que seus integrantes serão armados "até os dentes" para proteger o país de ataques estrangeiros.
A Milícia Nacional Bolivariana é uma força de reserva composta por voluntários civis que foi fundada em 2008 pelo então presidente Hugo Chávez (1954-2013) para auxiliar as Forças Armadas.
Em discurso nesta segunda a membros da milícia, Maduro divulgou o novo número de integrantes e disse que o crescimento - em abril ele próprio afirmou que quase 400 mil pessoas faziam parte do grupo - foi incentivado pelo regime para poder ajudar a proteger o país em caso de necessidade.
"Nós iremos armar a milícia bolivariana até os dentes", disse Maduro, sem detalhar quantos membros da milícia estão armados. "Temos que fazer um bom investimento para garantir seu acesso a (...) fuzis, mísseis e tanques".
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As declarações, transmitidas na televisão estatal, também tiveram como alvo o presidente da Colômbia, Iván Duque, e os Estados Unidos. Maduro tinha acusado Washington na semana passada de planejar uma invasão da Venezuela, que passa por severa crise econômica e social.
"Ele [Duque] pessoalmente dirige a preparação de ações contra a Venezuela, denuncio isto ao mundo. Age com o apoio e o financiamento da Casa Branca", disse Maduro.
"Nós não nos metemos com ninguém, Iván Duque, mas você será o responsável se algum dia a Colômbia agredir militarmente a Venezuela. Que o nosso povo e o povo colombiano saibam disso", afirmou Maduro no discurso. "Por tua ambição, por teu egoísmo, por teu ódio contra a Venezuela, por tua imaturidade, não está preparado para ser (...) presidente da Colômbia", declarou Maduro sobre o rival.
"Uma força imperialista invasora pode entrar em uma parte da nossa pátria, mas os imperialistas precisam saber que eles não vão sair daqui vivos", completou o ditador.
Ele tem elevado o tom contra Estados Unidos, Colômbia e Brasil, países que acusa de colocar em andamento um plano para derrubá-lo ou assassiná-lo, enquanto se prepara para iniciar um segundo mandato, a partir de 10 de janeiro, cuja legitimidade é questiona pela maior parte da comunidade internacional.
Segundo Caracas, o complô inclui o treinamento de tropas nos Estados Unidos para tomar bases militares na Venezuela, e de mercenários na Colômbia para simular ataques de tropas venezuelanas aos países vizinhos. Com informações da Folhapress.