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Xanana critica funcionamento de organizações internacionais

O primeiro-ministro do Timor-Leste, Xanana Gusmão, disse ontem (27), em Nova Iorque, que a comunidade internacional está enveredando pelo caminho errado para resolver os problemas do mundo.

Xanana critica funcionamento de organizações internacionais
Notícias ao Minuto Brasil

06:10 - 28/09/14 por Agência Brasil

Mundo Primeiro-ministro

"A comunidade internacional está indo pelo caminho errado para resolver os problemas do mundo. Em vez de resolver a exclusão e desigualdades sociais e econômicas, sempre que há um pequeno conflito, enviam logo uma força militar", disse o primeiro-ministro timorense.

Impõem-se "os direitos humanos fazendo guerra, impõe-se a paz fazendo guerra e às vezes impõe-se uma democracia, como foi o caso da Líbia, do Egito e do Iraque", disse Xanana Gusmão.

Ontem (26), o timorense já havia criticado, durante o seu discurso na 69ª Assembleia Geral das Nações Unidas, o funcionamento ONU. Na oportunidade, ele pediu uma agenda de desenvolvimento transformadora.

"Sempre defendemos que os meios militares não resolvem os problemas. É preciso ver qual é a causa real dos problemas, se não estamos apenas adotando as leis medievais de olho por olho dente por dente", disse ele.

Xanana Gusmão defende também uma alteração radical na forma como as instituições internacionais gerem os seus orçamentos. O político entende que "é preciso mudar a forma como as doações funcionam, porque de um milhão, nem 30% chega [às pessoas]. Setenta por cento vai para salários de consultores e gestores de projeto, salários enormíssimos”.

O primeiro-ministro percebeu, em Timor-Leste e nos países que visitou, que "as pessoas que vão para os locais muitas vezes não têm qualquer experiência. Passam de organização para organização, de quatro em quatro semanas estão de licença e ganham muito dinheiro".

"Tudo isto faz com que muitas organizações não funcionem bem. A intenção é muito boa, os programas são fantásticos. Ensinam-nos sustentabilidade, transparência, muita coisa, mas a atuação de muitas organizações não corresponde ao que ensinam", concluiu o timorense.

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