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Pelosi assume presidência da Câmara e considera indiciamento de Trump

Democrata comandará Casa mais diversa, com maior número de mulheres já eleitas

Pelosi assume presidência da Câmara e considera indiciamento de Trump
Notícias ao Minuto Brasil

18:57 - 03/01/19 por Folhapress

Mundo EUA

Sem surpresa, a democrata Nancy Pelosi, 78, foi eleita nesta quinta-feira (3) a nova presidente da Câmara dos Deputados americana. Apesar de esperada, a vitória da congressista da Califórnia não deixa de ser mais uma notícia para azedar o dia do presidente Donald Trump, depois de ele ser obrigado a ver o partido adversário reassumir o controle da Casa - os republicanos mantiveram o Senado.

Com a vitória, ela retoma o cargo que perdeu em 2011, após os republicanos assumirem o comando da Câmara.

Ela recebeu 220 votos e derrotou o republicano Kevin McCarthy. Apesar de assegurar o número necessário para presidir a Casa, a congressista sofreu baixas entre os próprios democratas: ao menos 13 colegas de partido não votaram na deputada.

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Antes mesmo de ser eleita, Pelosi já havia sinalizado que não descarta o indiciamento de Trump, a depender dos resultados da investigação do procurador especial, Robert Mueller, sobre a interferência russa nas eleições presidenciais de 2016. O objetivo é saber se houve conluio entre a campanha do republicano e os russos para eleger o presidente.

Em entrevista à emissora NBC concedida antes de ser eleita, Pelosi afirmou ser uma "discussão em aberto" o entendimento do Departamento de Justiça sobre se o presidente poderia ser indiciado enquanto ocupa o cargo. O departamento diz que ele pode sofrer impeachment, mas não pode ser indiciado.

"Eu não acho que isso é conclusivo", afirmou Pelosi. "Eu acho que é uma discussão aberta em termos da lei." A democrata também indicou que a Câmara não vai se apressar para votar o impeachment de Trump, embora o processo não tenha sido descartado.

Mas pelo menos um democrata, o congressista Brad Sherman, da Califórnia, pretende tocar no tema, reintroduzindo artigos de impeachment contra Trump. Ele foi um dos três que ingressou com resoluções, em 2017 para tirar o presidente do cargo, junto com Al Green, do Texas, e Steve Cohen, do Tennessee.

Em outra entrevista, agora ao The Washington Post, Pelosi havia dito que respeitava o cargo que Trump ocupava e as agências do governo que ele indicava. "Eu acho que eu os respeito mais do que ele, olhando para quem ele indicou para esses lugares", afirmou.

A Câmara que Pelosi passa a presidir a partir desta quinta terá 235 democratas e 199 republicanos - uma disputa na Carolina do Norte ainda está em aberto. Será uma Câmara reconhecidamente mais diversificada, com alguns recordes batidos nas últimas eleições de meio mandato presidencial, entre eles o de maior número de mulheres eleitas - embora a participação de republicanas tenha diminuído na nova configuração do Congresso.

É a Câmara que tem a mulher mais jovem a assumir um posto na casa: a nova-iorquina Alexandria Ocasio-Cortez, 29. Ela é ainda uma das mais proeminentes representantes da ala mais progressista dentro do Partido Democrata - e que já sinaliza choques com nomes tradicionais da legenda em torno de medidas de austeridade econômica.

Terá também congressistas muçulmanas pela primeira vez - Ilhan Omar, de Minnesota, e Rashida Tlaib, de Michigan. Haverá mulheres indígenas, duas latinas eleitas no Texas - pela primeira vez - e duas negras da região da Nova Inglaterra, eleitas por Massachusetts e Connecticut.

Uma das primeiras medidas que serão votadas será o fatiamento de leis de financiamento para reabrir o governo federal - uma paralisação parcial que já dura 13 dias deixou 25% da administração sem recursos. São 800 mil trabalhadores sem receber, em um apagão que deixa parques fechados e provoca outros transtornos ao país.

Para desbloquear a situação, a Câmara deve votar, de um lado, ações com apoio bipartidário que financiariam agências como a Receita Federal americana e o Departamento de Interior até o final do ano fiscal, em setembro.

Outra votação deve abranger recursos à segurança doméstica nos níveis atuais até 8 de fevereiro e incluiria US$ 1,3 bilhão para instalação de cercas, mas sem recursos para o muro que o presidente quer construir na fronteira com o México e que é basicamente o grande responsável pelo atual impasse que deixa o governo fechado.

Mesmo que passe no Senado - o que é improvável, considerando que os republicanos detêm 53 assentos na Casa, e a medida exigiria 60 -, as propostas devem naufragar na Casa Branca. Trump já anunciou que não assinará nenhuma lei que não contemple o dinheiro para a obra. Com informações da Folhapress.

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