Após as autoridades de La Valeta autorizarem a entrada nas águas de Malta de dois navios de ONGs alemãs com 49 migrantes resgatados no Mar Mediterrâneo, o governo da Itália anunciou nesta sexta-feira (4) que irá autorizar o desembarque de mulheres e crianças no território italiano.

A decisão foi revelada pelo vice-premier e ministro do Desenvolvimento Econômico, Luigi Di Maio, em sua conta no Facebook. "Malta desembarcará imediatamente mulheres e crianças desses barcos e os enviará para a Itália. Nós os acolheremos. Estamos prontos mais uma vez para uma lição de humanidade à Europa como um todo", escreveu o líder do Movimento 5 Estrelas (M5S).

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A medida diz respeito a dois navios. O primeiro é o "Sea-Watch 3", de bandeira holandesa, que tem 32 migrantes a bordo e está bloqueado no Mediterrâneo desde 22 de dezembro.

O grupo foi socorrido na costa da Líbia, um mês depois de a Sea Watch ter retomado suas operações, apesar das pressões do governo italiano contra as ONGs. Já a segunda embarcação é de outra ONG alemã, Sea-Eye, que está com 17 migrantes - 16 homens, incluindo um jovem de 17 anos, e uma mulher - a bordo a espera de autorização para atracar.

Ontem(3), os navios tiveram autorização para entrar em águas territoriais de Malta e receber auxílio médico, mas o país negou permissão para o desembarque dos migrantes, assim como Alemanha, Espanha, Holanda e Itália. "Esta Europa não vai mudar. Vamos mudar com as próximas eleições europeias. Mas as crianças não podem pagar o preço de uma Europa que se afasta do outro lado para evitar ver", finalizou Di Maio. (ANSA)