Maioria dos americanos culpa Trump por paralisação, aponta pesquisa
Segundo o levantamento, 53% dizem que Trump e os republicanos são os principais responsáveis pela paralisação.
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Mundo EUA
A maioria dos americanos responsabiliza o presidente Donald Trump e congressistas republicanos pela paralisação parcial do governo federal, que entra em seu 23º dia, aponta pesquisa da emissora ABC News e do jornal The Washington Post divulgada neste domingo (13).
Segundo o levantamento, 53% dizem que Trump e os republicanos são os principais responsáveis pela paralisação, enquanto 29% culpam os democratas. Para 13%, os dois lados estão errados.
A sondagem foi realizada por entrevistas pessoais e por celular entre 8 e 11 de janeiro, em inglês e espanhol, com 788 adultos escolhidos em âmbito nacional e aleatoriamente. A margem de erro é de 4,5 pontos, para mais ou para menos. A representação partidária é a seguinte: 31% são democratas, 26%, republicanos, e 39% se dizem independentes.
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A origem da paralisação está na recusa de democratas e republicanos em conciliarem posições sobre o financiamento do muro que o presidente quer construir na fronteira com o México para acabar com a "crise humanitária" no local e combater tráfico de drogas e humanos, além de terrorismo, segundo Trump.
O presidente rejeita aprovar qualquer medida para reabrir o governo que não contemple dinheiro para o muro. Os democratas descartam passar leis que incluam essa provisão e defendem encerrar a paralisação e continuar as negociações sobre a segurança na fronteira separadamente.
Como resultado, 800 mil trabalhadores federais estão sem receber pagamentos, parques foram fechados, aeroportos começam a ser afetados e está difícil até casar em alguns lugares.
A pesquisa mostra que somente 18% dizem ter sido afetados pessoalmente pelo apagão parcial, mas 79% admitem que podem enfrentar problemas sérios ou uma crise se a situação continuar por meses.
Por outro lado, só 24% acreditam que a situação imigratória nos EUA atingiu o nível de crise, como o presidente classifica o que acontece na fronteira com o México.
Ao mesmo tempo, cresceu o apoio à construção do muro: passou de 34% um ano antes para os atuais 42%. Já 54% são contrários -eram 63% um ano atrás.
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Apesar do maior apoio ao muro, 66% se opõem a que Trump declare emergência nacional para construí-lo.
Neste domingo, o presidente voltou a se manifestar sobre a paralisação em rede social. Segundo ele, a construção do muro na fronteira vai diminuir a taxa de criminalidade no país inteiro.
"Eu estou na Casa Branca esperando. Os democratas estão em todos os lugares, menos em Washington enquanto as pessoas esperam seu pagamento. Eles estão se divertindo e não estão nem conversando!", escreveu.
Ele afirmou que os danos provocados ao país pela falha de segurança na fronteira -"drogas, crime e tudo mais que for ruim"- é "muito maior que uma paralisação, que os democratas podem facilmente consertar assim que voltarem para Washington!".
Trump voltou a dizer, sem apresentar evidências, que milhares de estrangeiros ilegais "que cometeram crimes sexuais contra crianças" estão agora em prisões texanas. "A maioria veio da fronteira sul."
Uma pesquisa da emissora CNN também divulgada neste domingo mostra que subiu para 57% o percentual de americanos que desaprovam o presidente, uma alta de cinco pontos percentuais em relação a dezembro, enquanto a aprovação se manteve em 37%.
A paralisação, a 21ª do país, já é a mais longa enfrentada pelo governo americano desde 1976, quando foi aprovada a lei orçamentária federal. A medida estabelece que qualquer proposta de Orçamento precisa passar pelo Congresso antes de ser respaldado pelo presidente. Com informações da Folhapress.