Antes de votação, May alerta que Brexit está em perigo
Esforço de última hora é uma tentativa para conquistar votos
© Toby Melville/Reuters
Mundo Inglaterra
A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, pediu nesta segunda-feira (14) para seus opositores votarem a favor dos termos do acordo para a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), porque, caso contrário, será "uma catástrofe para a democracia".
O esforço de última hora é uma tentativa para conquistar os parlamentares que apoiam o chamado Brexit, mas que pretendem votar contra o acordo de "divórcio".
"Há alguns em Westminster [Parlamento britânico] que querem atrasar ou até deter o Brexit e que usarão todo dispositivo disponível a eles para fazê-lo", disse May.
Segundo a premier, de acordo com suas observações nos últimos sete dias, o "não acordo continua sendo um risco sério". Além disso, para ela, "o desfecho mais provável será uma paralisação no Parlamento que cria um risco de não haver um Brexit".
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A votação está marcada para a próxima quinta-feira (17). Na data, a Câmara dos Comuns poderá consolidar a derrota do acordo de May, que, neste caso, terá três dias para apresentar um plano "B". May ainda negou sua intenção de adiar ou cancelar o Brexit, ressaltando que "o resultado do referendo deve ser aceito".
A votação do Brexit estava marcada para dezembro, mas o gabinete da primeira-ministra pediu o adiamento em função da perspectiva de uma derrota. Backstop O principal entrave diz respeito ao "backstop", mecanismo que prevê a manutenção de uma fronteira aberta entre a Irlanda do Norte, território britânico, e a República da Irlanda, membro da UE, caso os dois lados demorem a aprovar um futuro tratado comercial.
Críticos do acordo cobram garantias explícitas de Bruxelas de que o "backstop" não será permanente, o que comportaria a criação de uma espécie de fronteira entre a Irlanda do Norte e o restante do Reino Unido. A Comissão Europeia e o governo May, por sua vez, garantem que fecharão um acordo comercial até 31 de dezembro de 2020, quando terminará o período de transição. Se o acordo for rejeitado pelo Parlamento, o rompimento será abrupto e ocorrerá em 29 de março de 2019, o que poderia abrir uma crise de abastecimento no Reino Unido.
A premier já sobreviveu a uma moção de desconfiança dentro de sua própria legenda, o Partido Conservador, e tentou reabrir as negociações com Bruxelas, mas sem sucesso. O Parlamento Europeu também terá de votar o acordo. (ANSA)