Meteorologia

  • 22 DEZEMBRO 2024
Tempo
--º
MIN --º MÁX --º

Edição

Parlamento venezuelano nomeia vice-presidente e ministros de Guaidó

Ele se proclamou presidente interino do país nesta quarta (23) e tem o apoio de quase todos os países da América Latina e dos EUA; UE também sinalizou a seu favor

Parlamento venezuelano nomeia vice-presidente e ministros de Guaidó
Notícias ao Minuto Brasil

22:10 - 23/01/19 por Lusa

Mundo Notícias do Mundo

O parlamento venezuelano nomeou hoje o vice-presidente do autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, e os ministros dos Negócios Estrangeiros, da Defesa e da Economia e Finanças do governo. A expectativa é de que eles estejam à frente do país até a realização de "eleições livres".

"A Assembleia Nacional acorda designar o cidadão William Daniel Dávila Barrios como vice-presidente da República Bolivariana da Venezuela, com o propósito de colaborar com o presidente interino, Juan Guaidó, na direção da ação do governo e das [ações] necessárias para o restabelecimento da ordem constitucional e democrática, em conformidade com a Constituição", lê-se no texto do acordo parlamentar divulgado "tanto a nível nacional como internacional".

Para a pasta dos Negócios Estrangeiros, o parlamento nomeou Francisco Sucre Giffuni, para a Defesa, o general Raúl Isaías Baduel, e para a Economia e Finanças, José Angel Guerra.

O documento é assinado pelo presidente da Assembleia Nacional - agora, presidente interino do país -, Juan Gerardo Guaidó Márquez, e ainda pelos dois vice-presidentes, o secretário e o subsecretário do parlamento.

Juan Guaidó se proclamou hoje (23) presidente interino da Venezuela, perante milhares de pessoas concentradas em Caracas.

"Levantemos a mão: hoje, 23 de janeiro, na minha condição de presidente da Assembleia Nacional e perante Deus todo-poderoso e a Constituição, juro assumir as competências do executivo nacional, como presidente encarregado da Venezuela, para conseguir o fim da usurpação [da Presidência da República], um governo de transição e eleições livres", declarou.

Leia também:

Mourão descarta chance de intervenção armada do Brasil na Venezuela

Brasil reconhece chefe do legislativo como presidente da Venezuela

Para Juan Guaidó, "não se trata de fazer nada paralelo", já que tem "o apoio da gente nas ruas".

O engenheiro mecânico de 35 anos tornou-se rapidamente o rosto da oposição venezuelana ao assumir, a 3 de janeiro, a presidência da Assembleia Nacional, única instituição à margem do regime vigente no país.

Nicolás Maduro iniciou a 10 de janeiro o seu segundo mandato de seis anos como presidente da Venezuela, após uma vitória eleitoral cuja legitimidade não foi reconhecida nem pela oposição, nem pela maior parte da comunidade internacional.

A 15 de janeiro, numa coluna de opinião publicada no diário norte-americano The Washington Post, Juan Guaidó invocou artigos da Constituição que instam os venezuelanos a rejeitar os regimes que não respeitem os valores democráticos, declarando-se "em condições e disposto a ocupar as funções de Presidente interino com o objetivo de organizar eleições livres e justas".

Os Estados Unidos, a Organização dos Estados Americanos (OEA) e quase toda a América Latina, à exceção de México, Bolívia e Cuba - que se mantêm ao lado de Maduro, que consideram ser o presidente democraticamente eleito da Venezuela -, já reconheceram Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela.

Por seu lado, a União Europeia defendeu a legitimidade democrática do parlamento venezuelano, sublinhando que "os direitos civis, a liberdade e a segurança de todos os membros da Assembleia Nacional, incluindo do seu Presidente, Juan Guaidó, devem ser plenamente respeitados" e instando à "abertura imediata de um processo político que conduza a eleições livres e credíveis, em conformidade com a ordem constitucional".

A Venezuela enfrenta uma grave crise política e econômica que levou 2,3 milhões de pessoas a fugir do país desde 2015, segundo dados da ONU.

Esta crise num país outrora rico, graças às suas reservas de petróleo, está a provocar carências alimentares e de medicamentos.

De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a inflação deverá atingir 10.000.000% em 2019.

Campo obrigatório