Assange entra com ação contra EUA para evitar extradição
Defesa quer obrigar Trump a revelar inquérito confidencial
© Peter Nicholls/Reuters
Mundo Wikileaks
Os advogados do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, refugiado na embaixada equatoriana em Londres desde 2012, entraram com uma ação legal contra os Estados Unidos, a fim de obrigar a administração Trump a revelar um suposto inquérito secreto contra o australiano. As acusações são consideradas confidenciais e poderiam levar a sua extradição.
O "pedido urgente" foi apresentado nesta quarta-feira (23) à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), organização com sede em Washington que supervisiona o cumprimento de obrigações legais dos países. A equipe legal de Assange solicita medidas cautelares contra os EUA.
Baltasar Garzón, coordenador internacional da equipe jurídica do australiano e ícone anticorrupção, denuncia a "perseguição política de Trump" e pede solidariedade internacional com seu cliente, que arriscaria a perda do direito de acessar e compartilhar informações livremente.
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Assange possui ainda um mandado de captura britânico, por não ter se apresentado à Justiça do Reino Unido, que queria interrogá-lo sobre um inquérito da Procuradoria de Estocolmo por um suposto caso de abuso sexual, já arquivado pela magistratura sueca.
O ativista australiano obteve o reconhecimento de asilo político e a cidadania equatoriana na época de Rafael Correa. Hoje, com Lenín Moreno na Presidência do país, sua posição se complicou, já que o mandatário é muito mais sensível aos pedidos americanos e britânicos.
O WikiLeaks é uma fonte de postagens anônimas, com documentos, fotos e informações confidenciais vazadas de governos e grandes empresas. Os Estados Unidos estão atrás de Assange desde a publicação de documentos diplomáticos secretos, em 2010. (ANSA)