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‘Fecho o olho e vejo o poço’, diz pai de menino morto ao cair em buraco

José Roselló agradeceu o apoio recebido da comunidade durante os 13 dias de buscas em Málaga

‘Fecho o olho e vejo o poço’, diz pai de menino morto ao cair em buraco
Notícias ao Minuto Brasil

13:34 - 01/02/19 por Notícias Ao Minuto

Mundo Caso

José Roselló, pai de Julen, o menino de dois anos que morreu em Málaga, na Espanha, depois de cair num poço, falou com o Diario Sur para deixar agradecimentos pelo apoio que ele e Victoria, a mãe da criança, receberam.

Durante todo o processo de buscas por Julen, que durou 13 dias, quase não se ouviram os pais do menino, sempre discretos e apoiados um no outro. A única exceção foi quando Roselló, nos primeiros dias, criticou o equipamento destacado para o salvamento do seu único filho, pedindo mais meios para tentar retirar a criança do poço de prospecção de água.

Agora, passados seis dias do funeral do menino, ele teve "uma breve conversa telefônica" com o jornal de Málaga Diario Sur, com o intuito de agradecer. "Da mesma forma que vim a público pedir mais meios, agora quero fazê-lo para agradecer. Não quero mais entrevistas. Só dar esse agradecimento, e que não se lembrem da queixa", disse.

O espanhol de 29 anos destacou, falando também em nome da mulher, que estarão "eternamente gratos" a todos os que participaram das operações de resgate, às autoridades locais e à comunidade, que os acolheu e ajudou durante todo o processo.

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"E aos jornalistas, que nos ouviram quando pedimos mais meios para as buscas e que, salvo algumas exceções, nos trataram bem. Sentimo-nos muito apoiados", afirmou, falando também nas mensagens de apoio que receberam, até de países estrangeiros. "Nesse aspecto, mesmo que ninguém consiga tirar-me a dor, estarei eternamente grato", disse.

Na curta conversa com o jornalista do Diario Sur, Roselló falou sobre os últimos dias e descreveu a desoladora volta à 'normalidade', depois da segunda experiência de morte de um filho. O casal já havia perdido Óliver, morreu em 2017, por causa de um problema cardíaco.

"Não temos nem onde ficar", explicou José. "Antes vivíamos com a minha família, mas quando aconteceu aquilo do Óliver tivemos de nos mudar porque tudo eram lembranças. E agora tudo outra vez. Entras e começas a ver os brinquedos, bolas... Estamos há três ou quatro dias na casa de um amigo e só vamos à nossa para dormir", lembrou. "Os meus amigos tentam me fazer pensar em outra coisa, mas eu fecho o olho e vejo sempre o mesmo: o poço", lamentou. 

Julen sofreu "traumatismo cranioencefálico grave" ao cair no poço, de acordo com o relatório preliminar da autópsia. O funeral realizou-se no domingo, dia 27 de janeiro. As autoridades investigam o caso e podem indiciar o proprietário do terreno e o homem que fez o poço.

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