Relator da ONU considera inconstitucionais medidas contra Guaidó
"Há elementos poderosos para concluir que as medidas contra Guaidó não foram adotadas de acordo com as exigências constitucionais", disse
© REUTERS / Carlos Garcia Rawlins (Foto de arquivo)
Mundo Venezuela
O relator especial da ONU para a Independência dos Magistrados e Advogados, Diego García-Sayán, disse nesta sexta-feira (08) que as medidas promovidas pelo Procurador-Geral da Venezuela contra o autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, são inconstitucionais.
Recentemente, o Procurador-Geral da Venezuela, Tarek Saab, determinou medidas cautelares a Juan Guaidó, incluindo a proibição de deixar o país e o congelamento dos seus ativos financeiros, no âmbito de uma investigação ordenada pelo Tribunal Supremo de Justiça.
Hoje, o relator especial da ONU Diego García-Sayán considerou que essas medidas violam a Constituição da Venezuela e não cumprem os padrões das leis internacionais.
+ Caminhões com ajuda humanitária chegam à fronteira da Venezuela
"Há elementos poderosos para concluir que as medidas contra Guaidó não foram adotadas de acordo com as exigências constitucionais, com o procedimento legalmente estabelecido e com o respeito pelos padrões internacionais em relação aos direitos humanos", disse o relator peruano em um comunicado.
"No contexto de manifestações públicas, algumas decisões de membros do poder judicial confundem-se com medidas do governo para privar centenas de pessoas, incluindo menores, da sua liberdade", acrescentou o relator da ONU.
Nesse sentido, García-Sayán instou a Venezuela a adotar medidas para garantir a plena independência dos juízes, magistrados e promotores.
+ 6 meses após queda, começa demolição de ponte em Gênova
"No período atual de instabilidade, a falta de procuradores e de magistrados de carreira, bem como o fato de que a maioria dos juízes terem nomeações provisórias de curta duração, diminuem severamente a independência do sistema judicial", acrescentou o especialista das Nações Unidas.
Leia também: 'A recreação acabou', diz ministra francesa à Itália