Jornalistas franceses usavam grupo para assediar mulheres
Escândalo é encarado como o #MeToo do mundo da Comunicação
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Mundo Denúncia
Diversos jornalistas e profissionais de comunicação franceses estão sendo acusados de participar de um grupo secreto online usado para assediar mulheres jornalistas, feministas e a comunidade LGBT. A revelação do escândalo veio à tona na última segunda-feira (11) em publicação do jornal francês Libération, mas já havia sido divulgada no dia 5 de fevereiro em um tweet do jornalista Thomas Messias.
"Que bonito, um jornalista exemplar que gosta de dar lições e que andou se divertindo em grupo de assédio a feministas. Que bonito!", escreveu em sua conta na rede social. A "Ligue du LOL" (sigla de "laugh out loud" em inglês, que pode ser traduzido como "rir alto") teria nascido há 10 anos na França como um grupo fechado, no qual influentes usuários do Twitter faziam "brincadeiras". No entanto, os profissionais que fazem parte da "comunidade" são acusados de elaborar campanhas de ciberassédio contra mulheres e coordenar as ações num grupo privado no Facebook.
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O grupo é composto em sua maioria por homens de 30 a 40 anos e, segundo as vítimas, era usado para ridicularizar jornalistas, lésbicas e feministas, consideradas o principal alvo. Entre as ações, haviam insultos, mensagens pejorativas, montagens e gifs com rostos de mulheres vinculados à imagens pornográficas. Uma das vítimas é a cinegrafista Florence Porcel.
Segundo ela, os ataques lhe causaram um "trauma", principalmente porque se sentia "constantemente vigiada". Porcel ainda contou que precisou fazer mudanças na sua vida por causa do "bullying". "Cheguei a um ponto em que me odiava. Tive ideias obscuras. Lendo tantas coisas horríveis sobre mim nas redes sociais, pensava que não valia nada", ressaltou a ex-jornalista Capucine Piot, que saiu do Twitter após também sofrer assédio.
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O fundador do grupo é o jornalista Vincent Glad. Ele foi suspenso provisoriamente de suas funções no jornal Libération, assim como o responsável pelo site do jornal, Alexandre Hervaud, e seu homólogo na revista cultural Les Inrocks, David Doucet.
O escândalo, considerado uma espécie de #MeToo do mundo da comunicação, provocou até reação do governo francês. O secretário de Estado de Economia Digital, Mounir Mahjoubi, fez dura crítica a todas as "pessoas que acreditam que são reis da internet". Além disso, o político incentivou todas as mulheres a registrarem as denúncias. (ANSA)
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