Túmulos de cemitério judaico na França são vandalizados com suásticas
Atos de vandalismo ocorrem no mesmo dia em que estão programadas diversas manifestações na França contra o aumento das agressões antissemitas
© Vincent Kessler / Reuters
Mundo Violência
Cerca de 90 túmulos de um cemitério judaico na comuna de Quatzenheim, no leste da França, foram encontrados profanados nesta terça-feira (19), anunciaram as autoridades da prefeitura de Bas Rhin, que condenaram um "ato antissemita odioso".
Os atos de vandalismo ocorrem no mesmo dia em que estão programadas diversas manifestações na França contra o aumento das agressões antissemitas.
O Ministério Público informou que abriu uma investigação para tentar localizar os autores do delito.
Segundo um fotógrafo da agência de notícias France Presse, os túmulos foram pintados com suásticas nazistas azuis e amarelas. Também em um túmulo estava escrito "Esassisches Schwarzen Wolfe" ("os lobos alsacianos negros"), uma possível referência a um grupo autonomista alsaciano ativo nos anos 1970.
O prefeito de Bas-Rhin, Jean-Luc Marx, citado em um comunicado, condenou "com a máxima firmeza este odioso ato antissemita e expressou seu total apoio à comunidade judaica que foi atacada mais uma vez".
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O presidente Emmanuel Macron visitou o cemitério nesta terça após os atos de vandalismo ocorrido durante a madrugada. "É importante para mim estar aqui com você hoje", disse Macron aos líderes locais e membros da comunidade judaica.
Essa viagem do chefe de Estado acontece antes de sua visita ao Memorial do Holocausto em Paris, que precederá muitos protestos contra o aumento dos atos antissemitas na França.
O ministro israelense da Imigração, Yoav Gallant, afirmou nesta terça-feira que os judeus da França devem emigrar para seu país após a profanação do cemitério."Condeno vigorosamente o antissemitismo na França e digo aos judeus, voltem para casa, imigrem para Israel", escreveu Gallant em rede social.
O Ministério Público de Paris também abriu uma investigação preliminar sobre os insultos antissemitas de que o escritor e filósofo Alain Finkielkraut foi vítima durante um protesto contra o governo por parte dos "coletes amarelos" no fim de semana passado.
O ensaísta foi chamado, entre outras coisas, de "merda sionista" por alguns manifestantes que o encontraram em uma rua no coração de Paris.
Macron condenou os insultos antissemitas contra Finkielkraut, afirmando que os mesmos foram "a negação absoluta de quem somos e o que nos faz uma grande nação". "Nós não vamos tolerar isso", disse ele.
Poucos dias antes, uma suástica foi pintada em Paris em um retrato da ex-ministra Simone Veil, sobrevivente de um campo de extermínio nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Ela morreu em 2017. Duas árvores que haviam sido plantadas em memória de um jovem judeu assassinado em 2006 foram destruídas.
Segundo dados publicados na semana passada pelo Ministério do Interior, o número de atos antissemitas subiu 74% na França em 2018.
No total, houve 541 atos antissemitas na França no ano passado, em comparação com 311 em 2017. Macron não participará das marchas, mas seu primeiro-ministro, Édouard Philippe, estará presente junto a vários membros do governo em uma congregação em Paris às 19h (horário de Brasília) na praça da República. Com informações da Folhapress.