ONU acusa Israel de cometer crimes contra humanidade
Os soldados israelenses cometeram violações do direito internacional humanitário e dos direitos humanos, segundo a ONU
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Mundo ONU
Uma comissão da ONU declarou, nesta quinta-feira (28), que a resposta de Israel aos protestos em Gaza em 2018 pode constituir crime de guerra ou crime contra a humanidade, referindo que franco-atiradores atacaram civis, incluindo crianças.
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"Os soldados israelenses cometeram violações do direito internacional humanitário e dos direitos humanos. Algumas destas violações podem constituir crimes de guerra ou crimes contra a humanidade e devem ser imediatamente investigados por Israel", disse o presidente da comissão, Santiago Canton.
Segundo a comissão da ONU, "mais de seis mil manifestantes desarmados foram baleados por atiradores militares de elite semana após semana nas manifestações".
Os investigadores afirmaram que foram "encontrados motivos razoáveis para acreditar que atiradores de elite israelenses atiraram em jornalistas, agentes de saúde, crianças e pessoas com deficiências, sabendo que eram claramente reconhecíveis como tais".
A comissão foi criada em maio de 2018 pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU para "investigar supostas violações e maus-tratos (...) no contexto de ataques militares durante os grandes protestos civis que começaram a 30 de março de 2018" em Gaza.
Na data, dezenas de milhares de palestinos na Faixa de Gaza, um território entre Israel, Egito e o Mediterrâneo, reuniam-se semanalmente perto da fronteira israelense para a "Marcha de Retorno", que reivindicava o direito dos palestinos de retornar às terras de onde foram expulsos ou fugiram quando o Estado de Israel foi criado em 1948.
Israel tem argumentado que estes protestos foram orquestrados pelo Hamas, o movimento islâmico que lidera a Faixa de Gaza e travou três guerras desde 2008.
No entanto, para os investigadores da ONU, "as manifestações eram de natureza civil, com objetivos políticos claramente definidos" e "apesar de alguns atos de violência, a comissão considerou que as manifestações não se constituíam de combate ou campanhas militares". Com informações da Lusa.