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O Parlamento Europeu volta hoje a debater o brexit, numa discussão que conta com o negociador-chefe da União Europeia (UE) e ocorre um dia após o parlamento britânico ter rejeitado novamente o acordo de saída do Reino Unido.
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Além de Michel Barnier, o debate marcado para as 10h locais (6h no Brasil) conta também com a presença do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e será feito no âmbito da sessão plenária do Parlamento Europeu, em Estrasburgo, França.
Na ocasião, os eurodeputados irão analisar o novo veto e avaliar as suas consequências.
Nesta terça-feira à noite (12), o parlamento britânico barrou acordo de saída do Reino Unido da UE, com 391 votos contra e 242 votos a favor.
A primeira-ministra britânica, Theresa May, não conseguiu fazer passar o texto, apesar dos três documentos adicionados. Segundo o governo, eles tinham as alterações necessárias para conseguir uma maioria de deputados favorável.
Na sequência, o líder do principal partido da oposição, Jeremy Corbyn, salientou que o acordo para o brexit está "claramente morto".
"Esgotou o tempo e o relógio corre contra ela. É tempo de eleições gerais para que o povo britânico possa escolher o governo que quer ter", disparou Corbyn.
"UE fez tudo o que estava ao seu alcance"
Reagindo ao novo veto, Michel Barnier defendeu, também ontem à noite, que a UE fez tudo o que podia para ajudar à aprovação do acordo.
"O impasse [do brexit] só pode ser resolvido no Reino Unido. Os nossos planos de contingência para um não acordo são mais importantes do que nunca", publicou ele, no Twitter.
Além do acordo de saída e da declaração política sobre as relações futuras, foram votados, no âmbito da proposta apresentada pela chefe de governo britânica, três novos documentos, que só foram finalizados ao fim da segunda-feira (11), em Estrasburgo, por Theresa May e pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.
O texto negociado com Bruxelas foi submetido ao parlamento britânico pela segunda vez, depois de ter sido barrado em 15 de janeiro, por uma margem de 230 votos, incluindo 118 de deputados do partido do governo, o Partido Conservador.
A rejeição por maioria esmagadora do documento é uma derrota pesada para a primeira-ministra do Partido Conservador, que negociou até ao último minuto o texto, de 600 páginas, podendo colocar em xeque a sua sobrevivência à frente do executivo britânico.
O maior partido da oposição, o Partido Trabalhista, mas também o Partido Democrata Unionista (DUP), partido norte-irlandês aliado do governo no parlamento, e os conservadores eurocéticos já tinham anunciado que iriam votar contra.
Depois da votação e rejeição, os deputados britânicos votam, também hoje, a possibilidade de o Reino Unido sair da União Europeia sem acordo, um cenário particularmente temido nos meios econômicos.
Se também essa possibilidade for afastada pela Câmara, será então votado se Londres pede aos líderes europeus um adiamento do brexit para depois da data prevista, de 29 de março.