Venezuelanos levarão mais de dois anos para voltar, diz Acnur
Segundo o Acnur, há 3,4 milhões de refugiados venezuelanos no mundo, sendo que apenas 1,4 milhão está em situação regularizada
© REUTERS / Carlos Eduardo Ramirez (Foto de arquivo)
Mundo Crise
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em sua primeira viagem ao Brasil, Eduardo Stein, representante especial do Acnur para refugiados e migrantes da Venezuela, afirmou que os países da região precisam se preparar para abrigar os venezuelanos por muito tempo, porque, mesmo depois que a crise no país for resolvida, ainda levará de dois a três anos para que essas pessoas comecem a retornar para suas casas.
"Mesmo após resolvida a crise na Venezuela, essas pessoas só vão retornar quando houver garantias de que acharão empregos e terão segurança, pode levar de dois a três anos para começarem a voltar", disse Stein à reportagem."Precisamos estar preparados para o médio e longo prazo."
Além disso, muitos podem criar raízes e simplesmente não voltar mais para a Venezuela, afirmou.
Segundo Stein, que é representante conjunto do Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur) e da Organização Internacional para as Migrações (OIM), o programa de acolhimento de venezuelanos no Brasil é um exemplo para a região.
+ Venezuela: EUA avisam Rússia que não vão ficar 'de braços cruzados'
De acordo com ele, a federalização dos serviços de atendimento aos refugiados e apoio à população de Roraima, além dos esforços do governo brasileiro para inserir os venezuelanos no mercado de trabalho, são muito bem-sucedidos.
"Os brasileiros desenvolveram um dos mecanismos mais completos e sofisticados de acolhimento de venezuelanos", disse, fazendo a ressalva de que o número de refugiados no Brasil é baixo, na comparação com outros países da região.
Segundo o Acnur, há 3,4 milhões de refugiados venezuelanos no mundo, sendo que apenas 1,4 milhão está em situação regularizada.
A Colômbia é o país com maior número de venezuelanos, 1,1 milhão, seguida de Peru, com 506 mil; Chile, com 288 mil; Equador, com 221 mil; Argentina, com 130 mil, e Brasil, com 96 mil.
Leia também: Parlamento aprova emenda para assumir controle do Brexit