Grupos organizam protestos anti-Bolsonaro em Israel
Duas manifestações contra a presença do presidente do Brasil em Israel já foram convocadas pelo Facebook; centenas de pessoas marcaram interesse
© REUTERS / Jonathan Ernst
Mundo Ato
TEL AVIV, ISRAEL (FOLHAPRESS) - Bandeiras brasileiras enfeitam desde esta quinta-feira (28) a entrada de Jerusalém, em antecipação à visita do presidente Jair Bolsonaro, que desembarca em Israel neste domingo (31) para uma estadia de quatro dias.
Porém, nem todos estão satisfeitos com a visita.
Duas manifestações contra a presença de Bolsonaro em Israel já foram convocadas pelo Facebook, com centenas de pessoas dizendo-se interessadas ou confirmando presença.
A primeira manifestação está marcada para o próprio domingo, horas depois da chegada do presidente, em frente à embaixada do Brasil em Tel Aviv.
Foi convocada pela Associação Pró-LGBT uma ONG israelense em defesa dos direitos dos homossexuais.
Na justificativa pelo protesto, os integrantes da ONG escreveram: "'Prefiro que meu filho seja morto em um acidente do que ser gay', 'É preciso bater em homens se beijando na rua'. Essa é uma pequena seleção dos ideais exemplares do novo presidente brasileiro, Jair Bolsonaro. Em 31 de março, o presidente chega para uma visita e não pretendemos ficar calados".
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Pelos números da página, 346 pessoas se mostraram interessadas no evento, até esta quinta (28), sendo que 123 confirmaram presença.
O protesto foi convocado em janeiro, logo após a visita do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu ao Brasil para participar da posse de Bolsonaro.
Mas nem todos os membros da ONG parecem saber muito sobre o presidente brasileiro.
"Quem é esse homem?", pergunta Nina Novikov.
"Há tantos protestos contra ele em tantas áreas: ecológica, social, direitos humanos, direitos dos animais e mais. Como ele pode ser o presidente?"
A segunda manifestação anti-Bolsonaro foi convocada por diversos grupos judaicos brasileiros, entre eles o "JuProg" (Judeus Progressistas do Brasil).
Na página na internet, a justificativa para a manifestação é "mostrar que o fascista Jair Bolsonaro não é bem vindo a Israel".
O evento está marcado para 2 de abril, um dia antes da partida do presidente de volta ao Brasil, no Centro de Jerusalém.
Por enquanto, apenas cerca de 60 pessoas se mostraram interessadas, talvez porque boa parte dos brasileiros que moram em Israel apoiou a eleição de Bolsonaro.
No segundo turno das eleições presidenciais, 73% dos 534 eleitores brasileiros que compareceram às urnas, em Israel, votaram em Bolsonaro.
O candidato do PT, Fernando Haddad, recebeu apenas 21% dos votos.
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