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Representante do Papa faz apelo por diplomacia em Jerusalém

Declaração foi dada durante visita do presidente Bolsonaro

Representante do Papa faz apelo por diplomacia em Jerusalém
Notícias ao Minuto Brasil

12:20 - 02/04/19 por Ansa

Mundo Francesco Patton

O custódio da Terra Santa, o padre Francesco Patton, fez um apelo nesta segunda-feira (1) para a preservação de Jerusalém como "patrimônio comum da humanidade" e para a compreensão do valor da cidade e uso da diplomacia, além de posições políticas. A declaração foi dada em entrevista ao Vatican News paralela a primeira visita oficial do presidente Jair Bolsonaro a Israel.

Ontem, o brasileiro visitou o Muro das Lamentações, local sagrado aos judeus e localizado em Jerusalém, acompanhado do premier israelense, Benjamin Netanyahu.

O gesto de Bolsonaro pode significar, para muitos, o reconhecimento da soberania de Israel sobre a região, em detrimento dos palestinos. Em contrapartida, o fato de Netanyahu estar presente pode ser interpretado com grande simbolismo de apoio ao Brasil. Segundo o representante do papa Francisco, é preciso ter consciência "de que, quando se toca Jerusalém, se toca uma realidade que é extremamente delicada".

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"Eu diria que não devemos esquecer que hoje a política de todo o mundo se move como se estivéssemos sempre em campanha eleitoral.

Isso acontece na Itália, aqui e também em outros países do mundo. Às vezes seria útil usar os tons da diplomacia, com a capacidade de tecer formas possíveis de reunião em vez de confronto", alertou.

Para Patton, "faz sentido reiterar o fato de que, quando falamos de Jerusalém, devemos ir além das categorias políticas e compreender o valor que esta cidade tem: uma cidade símbolo para as três religiões e depois aqui, em nível local, uma cidade símbolo para dois povos, o povo judeu e o povo palestino".

"Em Jerusalém percebe-se sempre uma certa tensão de um lado, e depois também um certo desejo, do outro", acrescentou o religioso ressaltando que dos dois lados há a pretensão de ter alguma exclusividade na cidade. Durante a entrevista, ele também fez uma reflexão sobre o pedido feito por Francisco e pelo rei do Marrocos, Mohammed VI, em Rabat, para "preservar" a Cidade Santa especialmente para os fiéis das três religiões monoteístas - judeus, cristãos e muçulmanos - e como um "lugar de encontro e símbolo de convivência pacífica, onde se cultivam o respeito mútuo e o diálogo". Patton ainda ressaltou que o desejo "é que cada um dos crentes das três grandes religiões, que também têm uma raiz comum, possa vir em paz, possa rezar em paz e possa também, ouso dizer, aprender a viver a sua fé no respeito pela fé dos outros". (ANSA)

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